Fezas Vital, antigo administrador do Banco Privado Português, foi ontem a tribunal explicar que é a mãe quem o sustenta. Como não tem fonte de rendimento desde que foi suspenso, em 2009, o banqueiro que é julgado por burla garantiu depender de ajuda para pagar as despesas mensais.
Mãe é mãe e, em tempos de crise, nenhuma poupa nos esforços para ajudar os filhos, mesmo quando em causa está uma ajuda financeira a um antigo administrador bancário.
É o que se passa com Salvador Vezas Vital, em tempos um dos principais quadros do Banco Privado Português (BPP) e que está suspenso da atividade bancária desde 2009, quando as polémicas operações no BPP se tornaram motivo para uma intervenção judicial.
A ser julgado, nas Varas Criminais de Lisboa, pelo crime de burla classificada no caso ‘Privado Financeiras’, Fezas Vital afirmou aos magistrados que necessitou de recorrer à ajuda familiar, sendo a mãe quem o sustenta.
As despesas mensais familiares, num valor que ronda os 2000 euros, tornaram-se incomportáveis para o ex-administrador do BPP, que alegou não ter outra fonte de rendimento, num depoimento citado pelo Jornal de Notícias.
A partir do momento em que o regulador (o Banco de Portugal) determinou a suspensão da atividade, em julho de 2009, o banqueiro viu as poupanças desfazerem-se até voltar a viver à custa da mãe e da companheira, que exerce profissão no ramo dos seguros.
O caso ‘Privado Financeiras’ decorre autónomo do julgamento da falência do BPP. Vezas Vital responde, em parceria com João Rendeiro (o fundador do BPP) e o também ex-administrador Paulo Guichard, pela criação de um veículo financeiro intitulado ‘Privado Financeiros’, em 2008.
Foi através desse veículo que os banqueiros, alegadamente, convenceram os investidores a comprar títulos do BPP.
A acusação considera que o instrumento financeiro foi convertido numa burla, dada a desvalorização que levou a prejuízos na ordem dos 40 milhões de euros suportados por cerca de 100 clientes do ‘Privado Financeiros’.