Há, desde ontem, um novo Califado islâmico. O EIIL conquistou territórios do Iraque e do Levante (actual Síria) para repor uma hierarquia medieval. Abu Bakr al-Baghdadi passou de líder rebelde ao Califa que governa desde Aleppo, na Síria, até Diyala, em território do Iraque.
Os jihadistas não estão apenas a ganhar terreno no Iraque, como tem sido noticiado nos últimos dias. Aproveitando a guerra civil na Síria, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) foi assegurando o domínio sobre vários territórios e proclamou, no domingo, a instauração de um Califado, uma forma de governo medieval semelhante a um Reino e cujo governante é o Califa.
Num comunicado, divulgado na internet, o porta-voz do EIIL, Abu Muhammad al-Adnani, anunciou a instauração do Califado do Iraque e Levante, com o líder rebelde Abu Bakr al-Baghdadi a ser proclamado como o novo Califa.
“Ele é o imã e o Califa para os muçulmanos de todos os lugares. Consequentemente, o Iraque e o Sham [Levante], no nome do Estado Islâmico, é doravante removido de todas as deliberações oficiais e comunicações. O nome oficial passa a ser Estado Islâmico a partir da data dessa declaração”, afirmou Abu Muhammad al-Adnani.
No mesmo comunicado, os rebeldes islâmicos exigem que todos os mulçumanos “jurem lealdade” ao novo Califa “e rejeitem a democracia e outros tipos de lixo do Ocidente”.
Grupos de defesa dos direitos humanos que acompanham a evolução dos conflitos na região testemunharam que ontem houve festa, com parada militar, na província de Raqqa, no norte da Síria.
O próprio EIIL divulgou na internet, ao longo do dia de ontem, várias fotografias com pessoas a erguerem armas e bandeiras.
A conquista de territórios sírios e iraquianos é encarada como uma etapa num objetivo muito mais vasto: o EIIL quer expandir o Califado entre o Mediterrâneo e o Golfo Pérsico, repondo o império que existiu na Idade Média.