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Benfica-FC Porto: Águias vingam-se e estão na final da Taça da Liga

benfica_porto_1Em tudo, ou quase tudo, foi igual a partida desta noite, a contar para a Taça da Liga, do que a que contou para o campeonato. Golos, reviravoltas e Óscar Cardozo, que voltou a marcar e desta vez decidiu. Polémica foi mesmo o que ficou a faltar, felizmente.

Ambos os treinadores encontravam-se hoje pelas 20h45 com aquele sentimento de querer muito, mas não dizer. A derrota dava direito a adeus na Taça da Liga. Antes do encontro, Vítor Pereira e Jorge Jesus quiseram colocar o objetivo centrado no campeonato como possível razão para uma eventual derrota. Certo é que, desde o início da partida, se percebeu que seja onde for, em que circunstância for, ambos se recusam a dar de mão beijada a vitória ao principal rival desde há muitas épocas, ou desde sempre.

Comecemos pelos da casa. Eduardo substituiu Artur na baliza. À esquerda, a missão de parar Hulk foi entregue a Capdevila, enquanto que o resto da defesa foi ocupada pelos habituais titulares, Jardel, que continua a ser dono do lugar com a lesão de Garay, Luisão e Maxi Pereira. Daí para a frente, apenas duas mexidas em relação ao jogo com o Beira-Mar. Saíram Gaitán e Cardozo, entraram Bruno César e Nolito. A frente de ataque ficou mais uma vez para Nélson Oliveira.

Do lado dos dragões, Bracali foi o guarda-redes. Sapunaru ocupou o lugar de Maicon, a lateral direito, enquanto que Mangala foi central, ao lado de Rolando e flanqueado por Alex Sandro, na lateral esquerda. No meio campo, e ainda sem Fernando, Vítor Pereira preencheu o triângulo com Defour, Lucho e João Moutinho, além de Álvaro Pereira, que foi mais extremo mas que tinha a missão de fechar no processo defensivo. O ataque foi entregue a Kléber, ao invés de Janko, com Hulk ao seu lado.

O jogo começou da melhor forma possível para o Benfica, que logo aos quatro minutos chegou à vantagem. Witsel ganha espaço na direita, desmarca Maxi Pereira, que bate Bracali com um potente remate.

Em apenas 10 minutos, e quatro depois do golo do Benfica, os dragões viriam a dar a primeira cambalhota do resultado neste jogo. Primeiro foi Lucho, que remata fraco à entrada da área mas vê a bola bater em Javi Garcia e trair Eduardo. Nove minutos depois foi Mangala, na área, a subir onde ninguém conseguiu e a fazer o 1-2 para o FC Porto. Nas bancadas, o filme já tinha sido visto a 2 de março. Contudo, havia ainda muito para jogar.

Aos 35 minutos, um dos lances mais caricatos do encontro. Luisão, duas vezes seguidas, conseguiu rematar à barra e ao poste, primeiro de cabeça, depois de pé esquerdo. Bracali não sabia para onde se virar e o FC Porto parecia ainda protegido pelo ‘Deus Helton’, que esteve na Madeira, no jogo com o Nacional. Mas a festa dos postes ainda não tinha acabado. Logo três minutos depois foi Aimar, que marcou um livre de forma (quase) perfeita. Terceira bola no ferro, e no banco, nas bancadas e no sofá, em casa, os adeptos benfiquistas começavam a pensar que ainda não ia ser desta.

O golo, mais que merecido, acaba por surgir praticamente em cima do descanso, por Nolito, a passe de Javi Garcia, que aparece sozinho na pequena área portista, depois de cruzamento de Pablo Aimar. Chegava-se ao intervalo e assistia-se a mais um jogo fantástico no futebol português.

As equipas parecem no entanto terem gasto todos os cartuxos nos primeiros 45 minutos e Jorge Jesus foi obrigado a chamar o artilheiro do costume, Óscar Cardozo, que entrado aos 65, precisou de pouco mais de 10 minutos para dar a final ao clube encarnado. Combinação perfeita com Gaitán que isola o paraguaio a partir do meio campo. Sem pedir licença, o camisola 7 fechou o marcador com um remate em força, ainda de fora da área.

Vitória para o Benfica que consegue vingar a derrota sofrida a 2 de março, para o campeonato, atingindo assim, e pela quarta vez, a final da Taça da Liga.

Para a história do jogo fica sobretudo o espetáculo. Fossem todas as partidas assim e talvez esta prova fosse algo mais apetecível para tudo e todos. O Benfica vence bem, num jogo onde os dois rivais fizeram de tudo para conseguir a final e que, pelo menos durante 90 minutos, conseguiram com que se acreditasse que era um jogo para o campeonato, como se isso importasse. Clássico é clássico.

Gil Vicente e SC Braga disputam na próxima quinta-feira, 22 de março (20h15, Sporttv 1), a outra vaga para a final, marcada para 14 de abril, no Estádio Cidade de Coimbra.

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