Economia

BCE já encaixou 5000 milhões com a dívida portuguesa

BCEO Banco Central Europeu (BCE) já encaixou 5000 milhões de euros com a dívida pública portuguesa, ganhos que são entregues, em grande parte, às principais economias da Zona Euro: Alemanha, França e Itália. Economista defende que Portugal estabeleça um acordo semelhante ao da Grécia: os juros da dívida são devolvidos ao banco central grego.

A dívida portuguesa é uma verdadeira galinha de ovos de ouro do BCE, que já encaixou 5000 milhões de euros – cinco vezes mais do que a receita que aquela entidade pretende que o Governo consiga, em 2016, com medidas de austeridade adicionais.

De acordo com as contas da economista Eugénia Pires, especialista em dívida pública, há ainda 10 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa que continuam a gerar dividendos.

E o curioso é que parte desses lucros é entregue, sobretudo, às grandes economias europeias, entre as quais a Alemanha e a França.

“Eles compraram apenas a dívida de cinco países: Grécia, Portugal, Espanha, Itália e Irlanda. O grande problema acontece porque os juros que o BCE ganha com este portefólio de dívida pública não são repatriados para estes países, para estes soberanos com problemas. Eles são repatriados de acordo com a chave de capital do BCE”, explica a economista Eugénia Pires, em declarações à Antena 1.

Acontece que os principais acionistas do BCE são os países do centro europeu.

“Com o sistema de venda de dívida atual, o BCE encaixa grandes verbas em juros, com os maiores países europeus a retirarem partido, já que são os principais beneficiários dos juros pagos por Portugal”, esclarece.

A dívida pública portuguesa já rendeu 5000 milhões, que foram distribuídos sobretudo por Alemanha, França e Itália.

Nesse sentido, Eugénia Pires defende que Portugal ou usufrua de um acordo semelhante ao que foi estabelecido com a Grécia.

“Os juros que o BCE ganhasse entre 2013 e 2020 seriam repatriados para a Grécia. Os juros do BCE são pagos aos bancos centrais de cada um daqueles países que, por sua vez, os vão devolver ao banco central grego”, defende.

Em último caso, “quem beneficia é o governo grego”, uma vez que esta “é uma fonte de rendimento para a Grécia”.

“Da mesma forma, faz sentido que Portugal também beneficiasse deste tipo de contrapartida, para, depois, o dinheiro ser injetado na recuperação da economia”, salienta.

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