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Batasuna avança para a dissolução por já não ser “a ferramenta” nesta “nova fase política”

batasunaO Batasuna, partido nacionalista basco associado à ETA, não resistiu à ilegalização de 2003 e anunciou, hoje, a dissolução. “Temos vontade de continuar neste caminho” da independência do País Basco “e a ferramenta política para o fazer já não é o Batasuna”, justificou a porta-voz.

O Batasuna, partido político que luta pela independência do País Basco, ilegalizado em 2003 e usualmente associado como braço político da ETA, já não existe. A dissolução foi hoje anunciada pelos porta-vozes, em Baiona (França), e deixa antever que os principais quadros vão ‘reforçar’ outras forças nacionalistas espanholas e francesas.

“Começamos a construir uma nova fase política. Temos vontade de continuar neste caminho e a ferramenta política para o fazer já não é o Batasuna”, justificou Maite Goyenetxe, citada pela AFP. Qual será, então, essa ferramenta? “Isso será algo saído da nossa reflexão política”, respondeu a porta-voz.

Apesar da dissolução, os principais dirigentes do Batasuna insistiram, através dos porta-vozes, que é possível “conseguir o objetivo de construir o Euskal Herria pela única via” apropriada: “nós iremos alcançar a independência e o socialismo pelas únicas vias da luta política e democrática. Nesta perspetiva, a acumulação das forças abertzale [nacionalistas, em língua basca] e o trabalho em comum têm como objetivo estabelecer uma relação de forças bem mais poderosa frente aos Estados francês e espanhol”.

Considerado uma organização terrorista pela União Europeia entre 2009 e 2010, o Batasuna foi ilegalizado em 1993 em Espanha, provocando uma ‘transferência’ de quadros dirigentes para outros partidos nacionalistas. Em 2007, uma operação policial levou à detenção de 22 membros da Direção do partido. Em fevereiro de 2011, um dos principais líderes, Rufi Etxeberria, fundou um novo partido por não estar de acordo com a associação do Batasuna às práticas de violência por parte da ETA. No mesmo ano, mas em outubro, foi a ETA a anunciar a renúncia à luta armada pela separação.

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