“Se o Estado pagasse o que deve, a economia seria automaticamente financiada”, diz Santos Ferreira, presidente-executivo do Millennium BCP. Os banqueiros sentaram-se à mesma mesa e concluíram que um dos grandes problemas com que a economia portuguesa se depara é o incumprimento estatal.
O IX Fórum Banca & Mercado de Capitais decorre em Lisboa, no Hotel Sheraton, e reúne a maioria dos banqueiros portugueses, que apontam o Estado como o grande responsável pelos problemas da economia e, indiretamente, dos bancos.
Os atrasos nos pagamentos às diversas entidades públicas geram uma espiral de dívidas, que prejudica entidades públicas e privadas. De tal forma que, se o Estado pagasse o que deve, colocaria na economia um valor considerável, capaz de resolver os problemas de financiamento que também afetam os bancos portugueses.
Segundo Santos Ferreira, o “cumprimento estatal perante as empresas públicas, autarquias e regiões” permitiria que “essas mesmas empresas, autarquias e regiões saldassem as suas dívidas”. Este fenómeno “libertaria muitos meios que levariam ao financiamento da economia”
O presidente executivo do Millennium BCP participava no IX Fórum Banca & Mercado de Capitais, onde também se encontrava o presidente do BES. Ricardo Salgado sublinha que as dívidas do Estado a diversas entidades “reflete-se nos bancos”.
Uma medida que diz respeito à banca prende-se com o memorando de entendimento estabelecido pelo Governo português e pela troika. Trata-se do programa de reembolso dos pagamentos do Estado. “Ainda não vimos nada…”, diz Ricardo Salgado.
