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Balanço oficial regista 22 mortes na contestação no Sudão

Pelo menos 22 pessoas morreram em manifestações antigovernamentais que agitaram o Sudão nas últimas três semanas, anunciaram hoje as autoridades, enquanto os organizadores da contestação apelaram para novos protestos na sexta-feira.

Em pleno marasmo económico, o Sudão está sob pressão desde 19 de dezembro, devido às manifestações provocadas pela decisão do Governo de triplicar o preço do pão.

As manifestações transformaram-se rapidamente num movimento contra o presidente Omar el-Béchir, que tem o país sob mão de ferro desde o golpe de Estado de 1989.

Hoje, a polícia anunciou que três manifestantes foram mortos na sequência de um protesto que classificou de “ilegal”, numa cidade de Omdurman, vizinha de Cartum.

“Abrimos um inquérito”, precisou o porta-voz da polícia Hashim Abdelrahi, em comunicado, sem fornecer detalhes sobre as causas das mortes.

No mesmo dia, milhares de pessoas juntaram-se em Cartum, sob forte segurança, para apoiar o presidente sudanês, Omar el-Béchir.

As autoridades haviam, até ao momento, confirmado 19 mortes, incluindo dois elementos dos serviços de segurança, desde 19 de dezembro.

A Organização Não Governamental (ONG) Human Rights Watch e a Amnistia Internacional deram, por seu lado, um balanço de 40 mortes.

Na quarta-feira, um médico disse à Agência France Presse (AFP) que seis manifestantes receberam tratamento no hospital de Omdurman, após terem sido feridos por tiros.

Os médicos deste hospital indicaram também que a polícia atirou gás lacrimogéneo para o estabelecimento.

“Foram também ouvidos tiros dentro do hospital”, acrescentaram em comunicado, sem precisarem quem abriu fogo.

Hoje, o governador de Cartum, Hassim Oman, acionou um comité para inquirir sobre os incidentes no hospital de Omdurman, afirmou o seu gabinete em comunicado.

O presidente Béchir e outros responsáveis políticos imputaram a violência das últimas semanas a “bandidos” e “conspiradores”, sem nunca os nomear.

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