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Autárquicas: “Falsos independentes” alimentam as “guerrazinhas de caciques”, refere Adelino Maltez

marco almeidax210O número de candidatos sem apoio partidário nas autárquicas quase duplicou, mas na maioria são “falsos independentes”, como explicou José Adelino Maltez à TSF: “são candidatos partidários que não foram aprovados pelas direções” ou resultado da “política de campanário”.

Guilherme Pinto, em Matosinhos, e Marco Almeida, em Sintra, são dois dos candidatos independentes às eleições autárquicas confirmados, no dia em que fecham as ‘inscrições’. O número de candidatos sem filiação partidária quase duplicou face às anteriores autárquicas, mas tal não deve ser interpretado como uma maior participação cívica dos cidadãos, como alertou José Adelino Maltez, professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

Segundo o politólogo, citado pela TSF, a maioria dos que se apresentam agora como “independentes” são “falsos”, pelo que não é possível apurar o verdadeiro grau de democracia da população. “São candidatos partidários ou ex-candidatos partidários que não foram aprovados pelas direções locais ou nacionais dos respetivos partidos”, precisou.

“Ainda não há, pelo menos a nível de câmaras municipais, uma vaga de independentes”, sustentou José Adelino Maltez, insistindo com os casos das “terras crónicas” de alguns partidos: “em Sintra, o independente é um PSD apoiado por figuras notáveis do partido, com uma campanha que era típica da máquina partidária a emerir como independente”.

“Há aqui a chamada política de campanário habitual, de guerrazinhas de caciques”, reforçou Adelino Maltez, à mesma rádio.

Ao invés, a Associação Cívica Transparência e Integridade elogia o aumento do número de candidaturas independentes, por intermédio do vice-presidente Paulo Morais. De acordo com o antigo autarca no Porto, a quase duplicação dos independentes não significa uma correspondência direta com o risco de aumento do caciquismo. Ainda assim, Paulo Morais reconhece a grande variedade de casos em que as autarquias são os maiores empregadores.

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