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Autarca nega funeral a bebé cigana: “Só para quem paga impostos”

cemiterio franca Ocorreu em Champlan, perto de Paris. O presidente de câmara local impediu o enterro a uma criança cigana, de 2 anos, que morreu vítima de morte súbita. Christian Leclerc defende prioridade a “quem paga impostos”, mas a sua argumentação cai por terra. As acusações de racismo repetem-se.

O presidente da Câmara de Champlan não aceitou que uma criança de etnia cigana fosse sepultada no cemitério local, por entender que “quem paga impostos” merece ter prioridade.

Uma vez que o espaço é exíguo e que as campas disponíveis são poucas, Christian Leclerc considerou que uma bebé cigana não teria direito a ser enterrada.

O autarca de Champlan sustentou também que a manutenção do cemitério público é extremamente onerosa para os cofres do município, pelo que tem de aplicar esta restrição.

O óbvio sucedeu e Leclerc foi fulminado com críticas de racismo, de xenofobia e de estigmatização, levando diversas organizações de defesa dos direitos humanos a denunciar o caso.

Também o primeiro-ministro Manuel Valls comentou o caso. “Negar o enterro de uma criança tendo como base a sua origem étnica é uma ofensa à sua memória e uma injúria à França”, reagiu no Twitter, ontem.

Entretanto, o edil tentou dar o dito por não dito, alegando que foi mal interpretado.

A menina cigana, Maria Francesca, que não pôde ser enterrada naquela cidade francesa, morreu no dia de Natal, vítima de morte súbita. Contava 2 anos.

Mas teve direito a um funeral, numa localidade vizinha de Wissous, que ficou sensibilizada com o caso e disponibilizou uma campa para a bebé.

A criança é membro de uma grande comunidade cigana que reside no município de Champlan, curiosamente depois de ter sido expulsa de Wissous há cerca de um ano.

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