José Sócrates denunciou ao Parlamento Europeu que foi por “pressão” de Durão Barroso que o Governo apresentou o plano de austeridade necessário à intervenção da troika. A revelação partiu de Liem Hoang Ngoc, eurodeputado que integra a comissão que investiga os resgates.
José Sócrates, quando era primeiro-ministro, foi “pressionado” por Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, a “endurecer o plano de austeridade” para garantir o resgate por parte da troika. Foi essa a versão que o agora comentador político da RTP apresentou perante a comissão de inquérito do Parlamento Europeu que investiga os programas de assistência da troika.
“Encontrámos o antigo primeiro-ministro português, o senhor José Sócrates, que nos explicou como, no seio da troika, o senhor Barroso o colocou sob pressão, depois de o primeiro plano que ele propôs ter chumbado na Assembleia da República, como o senhor Barroso o colocou sob pressão para endurecer o plano de austeridade que tinha que apresentar para obter a assistência da troika”, revelou Liem Hoang Ngoc, eurodeputado socialista francês que integra a comissão de inquérito.
O caso foi apresentado, em Estrasburgo, como um exemplo da ação “pouco transparente” da troika sobre os países em dificuldades e que tiveram de recorrer a um resgate. De acordo com a explicação de José Sócrates à comissão de inquérito, terá sido após o chumbo do quarto Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV) que Durão Barroso colocou o Governo de então “sob pressão” para “endurecer” o programa de austeridade.
Liem Hoang Ngoc acrescentou que a defesa de José Sócrates foi apresentada, pelo próprio, no encontro realizado a 6 de janeiro com a delegação da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Lisboa. Essa reunião teve por finalidade avaliar o trabalho do Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional no resgate a Portugal.
