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Alterações climáticas poderão afetar grande parte do Oceano Antártico, alertam cientistas

oceano antartico É um ‘SOS Antártida’: as alterações climáticas podem vir a afetar grande parte do Oceano Antártico, adverte um estudo internacional, que contou com a participação do investigador português José Xavier, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade de Coimbra. A acidificação das águas poderá tornar-se num dos maiores problemas para os organismos marinhos.

São más notícias para a Antártida. No futuro, devido às alterações climáticas, a acidificação do Oceano Antártico poderá tornar-se num dos maiores problemas para os organismos marinhos que lá vivem.

A conclusão resulta de um estudo internacional que tem a participação do português José Xavier, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade de Coimbra (MARE-UC).

Sendo a Antártida uma das regiões do planeta que tem mostrado sinais de mudanças ambientais bastante rápidas e profundas, um grupo de 11 cientistas, de nove países (Alemanha, Argentina, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América; França, Nova Zelândia, Portugal e Reino Unido), desenvolveu um estudo para avaliar e quantificar essas mudanças.

Os resultados, publicados na prestigiada revista científica Global Change Biology, mostram que grande parte do Oceano Antártico vai ser afetada por processos associados às alterações climáticas e que essas áreas vão ser maiores do que as observadas no passado.

A pesquisa revela também que, no futuro, os fatores ambientais que causam Stress ao ecossistema marinho do Oceano Antártico poderão chegar a 86 por cento de todo o Oceano Antártico.

“Este foi o primeiro estudo a quantificar os múltiplos fatores ambientais que afetam o Oceano Antártico como um todo e a indicar quais as áreas que poderão ser mais atingidas no futuro”, salienta José Xavier.

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Foto: José Xavier

Como membro coordenador do programa AnT-ERA do Comité Cientifico para a Investigação na Antártida (SCAR), programa do qual surgiu esta investigação, o cientista polar da UC adianta ainda que “as regiões costeiras junto ao continente, e particularmente a Península Antártica, vão ser as regiões mais afetadas por estes múltiplos stresses ambientais – degelo, aumento da temperatura, diminuição do gelo marinho –, alertando-nos para onde deveremos focar os nossos estudos científicos futuros”.

“O nosso maior desafio futuro será avaliar os efeitos destes fatores ambientais na vida dos animais, e em toda a cadeia alimentar, que vivem no Oceano Antártico e qual a severidade desses fatores nas diferentes regiões deste Oceano. Estamos a trabalhar nisso agora”, conclui José Xavier.

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