Economia

Alemanha, sob investigação de Bruxelas, “pode fazer mais”, diz Durão Barroso

durao barrosodurao barroso bigApesar do “motor económico da Europa” estar a ser investigado sobre o excedente externo, Durão Barroso gostava “de ter mais Alemanhas”. A investigação aprofundada servirá para esclarecer “se a Alemanha pode fazer mais”, explica o presidente da Comissão Europeia.

A Comissão Europeia (CE) vai mesmo abrir uma investigação aprofundada à Alemanha, devido ao elevado excedente externo, mas o presidente da CE já tranquilizou “o motor da Europa”: o país não pode ser penalizado por ser demasiado competitivo, mesmo que na base dessa competitivade esteja o prejuízo de outras economias da União Europeia (UE).

“Gostaríamos de ter mais Alemanhas na Europa. O nosso problema nunca será a competitividade da Alemanha mas se a Alemanha, enquanto motor económico da União Europeia, pode fazer mais” pela UE, afirmou Durão Barroso.

A investigação é aberta automaticamente logo que a CE tenha conhecimento de que um país, neste caso a Alemanha, desrespeite as regras comunitárias. A economia germânica tem apresentado, nos últimos três anos, um excedente externo a rondar os sete por cento do PIB, quebrando o limite de seis por cento definido como alerta para a emergência de desequilíbrios macroeconómicos excessivos na zona euro.

O anúncio de que Bruxelas ia abrir uma investigação causou mal estar na Alemanha, pelo que o presidente da CE veio a público tranquilizar os germânicos. O facto da economia alemã quebrar o limite máximo “não significa que haja um desequilíbrio” macroeconómico, explicou Durão Barroso: apenas demonstra que “não é um fenómeno cíclico de curta duração”.

O problema não é a competitividade alemã, salientou o ex-primeiro-ministro português, mas o facto de quase toda a zona euro estar “longe desse nível de competitividade”. A decisão dos comissários, continuou Barroso, “não deve ser entendida como um desacordo da Europa relativamente à competitividade” da principal economia europeia.

A investigação de Bruxelas deverá ficar concluída na primavera, altura em que a CE poderá emitir uma recomendação formal para que o Governo alemão adote medidas que corrijam a situação. Até lá, o euro deverá continuar a valorizar-se face às outras moedas, o que “tornará mais difícil para os países periféricos recuperar competitividade através de desvalorizações internas”, como admitiu a CE.

Se os alemães exportam muito mais do que importam, como prova o excedente superior a seis por cento nos últimos três anos, quase todas as restantes economias do euro, com os países resgatados à cabeça, necessitam com urgência de aumentar as exportações, um cenário muito mais complexo no cenário de valorização da moeda única.

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