Economia

Abandonar o euro é preferível, na Finlândia, a pagar as dívidas de outros países

Jutta_UrpilainenÉ mais um prego no caixão da solidariedade europeia: a Finlândia assumiu, pela voz da ministra das Finanças, que prefere abandonar a moeda única a assumir uma “responsabilidade coletiva pelas dívidas e os riscos de outros países”.

A solidariedade tem um custo e, para a Finlândia, esse custo tem de ser inferior à compra de dívida soberana nos mercados secundários. Foi a própria ministra das Finanças, Jutta Urpilainen, quem sublinhou que a economia do país “não se vai apegar ao euro a qualquer preço”, deixando uma ameaça: “estamos preparados para todos os cenários, incluindo abandonar a moeda única”.

O país rejeita a teoria de compra de títulos no mercado secundário pelos fundos de resgate comunitários, que a Itália, com a ajuda da França e da Espanha, levou ao último Conselho Europeu. A “responsabilidade coletiva pelas dívidas e os riscos de outros países não é algo para o qual” o povo finlandês “se deva preparar”, sublinhou a governante, citada pelo diário Kauppalehti.

A Finlândia tem sido, mais até do que a Holanda, a principal crítica do princípio de acordo alcançado no último Conselho Europeu, que abriu as portas à possibilidade da compra de dívida soberana nos mercados secundários através dos fundos de resgate. Essa compra seria uma técnica de mutualizar a dívida, baixando os excessivos juros cobrados, nesta altura, a países como Espanha e Itália.

O Governo finlandês, em comunicado, insistiu que, “na cimeira da Zona Euro, o primeiro-ministro Jyrki Katainen declarou que a Finlândia não vai aprovar operações no mercado secundário porque a experiência já demonstrou que não são efetivas e porque os recursos do FEEF e do MEE são limitados”.

Os escandinavos preferem negociar diretamente com os países mais afetados pela especulação, tendo iniciado negociações bilaterais com a Espanha. A Finlândia pretende garantias, por parte do Governo de Rajoy, que salvaguardem uma eventual intervenção no resgate à banca espanhola.

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