Em apenas uma semana, o Estado pagou 3,5 milhões de euros por consultorias externas, uma verba acima dos 2,6 milhões de euros gastos em alimentação. De acordo com o I, só pelos 32 dias de “consultoria financeira” da Oliver Wyman foram dispendidos 322,2 mil euros.
Em apenas uma semana (a anterior), o Estado pagou 3,5 milhões de euros por serviços de consultoria externa, revela o jornal I.
As contas, baseadas nos dados dos contratos de aquisição de bens e serviços divulgados no portal Base, permitiram aferir que foi gasto mais dinheiro com assessores e consultores externos do que com produtos alimentares e refeições: as despesas com alimentação ficaram-se por ‘apenas’ 2,6 milhões de euros.
Só o Banco de Portugal (BdP) pagou 322,2 mil euros por 32 dias de “consultoria financeira”, após ajuste direto com a Oliver Wyman.
A empresa não é uma desconhecida do regulador bancário: em maio do ano passado, o BdP contratou 98 dias de serviço por 483 mil euros.
Na saúde também foram registadas despesas elevadas com assessorias e consultorias. Os contratos com os valores mais elevados foram assinados pelo Ministério da Saúde e por entidades por este tuteladas, como os SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
A empresa Accenture foi contratada, por 180 mil euros (mais IVA), para prestar consultoria de “combate à fraude e desperdício” no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo uma porta-voz dos SPMS citada pelo jornal, “o referido contrato produziu efeitos de 1 a 31 de janeiro de 2014, com renovações automáticas por períodos de um mês, até ao limite de seis meses”.
Só foi realizada uma renovação, em fevereiro de 2014, pelo que o contrato terminou “a 28 de fevereiro”, precisou a mesma fonte.
Outro contrato rubricado pela SPMS garantiu a prestação de serviços de consultoria do Instituto de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito de Lisboa. Por 72,5 mil euros (mais IVA), foi encomendado “um estudo de direito comparado e comunitário” e “um projeto de lei que sistematize o regime jurídico dos sistemas de informação, bases de dados e dados de saúde”.
A ACSS foi responsável por dois contratos de aquisição de serviços externos de consultoria, um com a Insermargem – Prestação de Serviços de Consultoria, Lda, de 23,9 mil euros, e outro com a Oliveira, Reis & Associados (SROC), no valor de 17 mil euros.