A pesca do carapau em águas continentais portuguesas deve ser reduzida para metade, segundo a proposta hoje apresentada pela Comissão Europeia dos limites de capturas para 2020, que inclui também cortes na pescada e no linguado.
Em relação ao carapau, Bruxelas propõe um corte de 50 por cento nos totais admissíveis de capturas (TAC) na zona IX – as águas continentais portuguesas – para as 46.659 mil toneladas, seguindo a recomendação dos peritos em espécies pelágicas (que vivem em cardumes).
Também as capturas de pescada deverão sofrer um corte geral de 20 por cento no próximo ano, de modo a manter as unidades populacionais (‘stocks’) em boa forma.
Para o linguado, a Comissão Europeia propõe uma redução de 40 por cento, incluindo em águas nacionais, para a lagosta uma redução de 23 por cento e de 20 por cento para os TAC de solha.
A juliana (-10 por cento) e o tamboril (-3 por cento) são as espécies para as quais é recomendada uma redução mais ligeira nas capturas.
Por outro lado, tendo em conta a avaliação positiva dos ‘stocks’, Bruxelas aponta para um aumento de 30 por cento nas capturas de arinca e de 12 por cento nas de areeiro.
Os limites para a pesca de carapau nas águas dos Açores e Madeira são definidos por Portugal.
As propostas de Bruxelas serão debatidas, alteradas e adotadas em dezembro pelos ministros da Pesca da União Europeia, numa reunião normalmente caracterizada por uma ‘maratona negocial’.