O bebé de 23 meses que sobreviveu à explosão de uma mina antitanque na Guiné-Bissau, num acidente que provocou 23 mortos, vem para Portugal a fim de ser tratado. Um acordo de cooperação bilateral vai permitir que a criança seja atendida por especialistas em neurocirurgia.
Enquanto a Guiné-Bissau recupera do luto pela explosão uma mina antitanque, que rebentou com a passagem de uma viatura de transporte público, um bebé de 23 meses que sobreviveu ao acidente vem a Portugal para receber tratamento.
O bebé é uma das sete crianças que escaparam com ferimentos, tal como 14 mulheres e um homem: na explosão morreram 23 pessoas.
Augusto Blute, cirurgião do Hospital Simão Mendes, em Bissau, avançou à Angola Press que a criança sofreu um traumatismo craniano e, face à ausência de especialistas e recursos no país, será tratada em Portugal ao abrigo de um acordo de cooperação “que prevê o acolhimento em Portugal de pacientes relativamente aos quais não haja meios de diagnóstico e tratamento” na Guiné-Bissau.
O avião que vai trazer a criança deve partir pelas 11h00 (mais uma em Portugal continental) do Aeroporto Osvaldo Vieira, cumprindo uma escala em Dacar, no Senegal.
Quando chegar a Lisboa, será encaminhado para o Hospital de Santa Maria.
Ontem e no domingo, a Guiné-Bissau cumpriu dois dias de luto oficial, assinalando o acidente registado na estrada entre liga Bissorã e Encheia, no norte do país.
A mina antitanque devia remontar à época de 1998, ano em que foram registados vários conflitos militares na Guiné-Bissau. Os trabalhos que se seguiram permitiram que, há mais de cinco anos, o país fosse considerado livre de minas.