Passos Coelho, primeiro-ministro, respondeu nesta quarta-feira às críticas ao Governo, negando que esteja a praticar austeridade excessiva. “Não estamos a exigir de mais aos portugueses”, diz Passos, que fala numa fatalidade: “Acontecesse o que acontecesse, Portugal teria de passar por isto”.
Em Cantanhede, onde foi recebido com mais uma manifestação, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho voltou a defender as políticas do Governo e garantiu que não vai mudar de rumo, defendendo que o executivo não está a “exigir de mais aos portugueses”.
Numa altura em que as acusações ao Governo sobem de tom, com Passos Coelho no epicentro de todas as críticas, o primeiro-ministro revelou confiança – “Vamos vencer e Portugal conseguirá ultrapassar as dificuldades”, vaticinou.
Passos Coelho é acusado de governar para combater o défice e, por outro lado, a oposição defende que as metas acordadas com a troika não serão atingidas. O chefe de Governo responde com uma metáfora.
“Não se pode dizer que estamos a tomar remédio para a febre e, ao mesmo tempo, afirmar que a febre sobe mais com o remédio”, disse hoje Passos Coelho, num discurso de inauguração da Expofacic, em Cantanhede.
A realidade económica portuguesa é para Passos uma fatalidade, que resulta de anos de equívocos. “Acontecesse o que acontecesse, Portugal teria de passar por isto”, sustenta o primeiro-ministro, que não cede perante “a demagogia, bem diferente da realidade”.
O acordo com a troika estará no eixo das políticas do Governo e o acordo com a troika será cumprido na integra. Passos Coelho alega que o incumprimento acarreta uma fatura excessiva que Portugal não pode pagar.
“De cada vez que se falha, no sentido de reforçar a confiança dos que nos emprestam dinheiro, as condições tornam-se mais difíceis e o preço a pagar será mais elevado”, sustentou Passos Coelho, rebatendo o argumento de António José Seguro, que sugere ao Governo uma renegociação das metas do défice.
A política do Governo, segundo Passos, resume-se a “meter o país nas suas possibilidades, mostrando que Portugal cumpre as suas obrigações”. Por outro lado, o Governo vai levar a cabo as reformas que não trarão benefícios no imediato, mas que se impõem, para que o futuro das instituições não esteja de novo em risco.
As palavras de Passos Coelho, em Cantanhede, surgem num dia em que teve de enfrentar mais uma manifestação de protesto.