Economia

Teodora Cardoso compara gestão de Centeno aos tempos de Salazar

A presidente do Conselho das Finanças Públicas, Teodora Cardoso, defendeu que a gestão orçamental de Mário Centeno é “uma espécie de reprodução” dos tempos de Salazar. Com uma diferença: “Com uma diferença, no tempo de Salazar não havia défices”.

Declarações polémicas de Teodora Cardoso, nesta quarta-feira, numa conferência na Universidade Lusíada, em que se discutiu a proposta do Orçamento do Estado para 2018, já aprovada na Assembleia da República e à espera de promulgação por parte de Marcelo Rebelo de Sousa.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas fez uma comparação entre os métodos de gestão do ministro das Finanças, Mário Centeno, e aqueles que eram implementados durante a ditadura.

“Passámos a ser democratas a fazer défices, mas em termos de gestão das despesas nós continuamos no Salazar. Com uma diferença, no tempo de Salazar não havia défices. Não havia mesmo”, referiu, citada pelo Observador.

A economia explica que eram feitos cortes em “despesas em que não queremos cortar, como na educação, na saúde, nas pensões, mas défices não havia”.

“O poder em matéria de gestão do orçamento estava no ministro das Finanças, que decidia se havia ou não dinheiro e, se não houvesse, cortava, pura e simplesmente”, continua a economista.

E o paralelismo prossegue entre Salazar e Centeno é retomado: “No ano passado, tivemos uma espécie de reprodução disto com as cativações, um instrumento que dão uma margem de segurança para cumprir os limites”.

Teodora Cardoso não vê problema neste instrumento, desde que não seja ultrapassado. E considera que, quando há exageros, transformam-se em “medidas discricionárias” com o objetivo de cumprir o défice, sem que se tomem medidas para resolver os problemas das finanças públicas.

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