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“A população continua adormecida para o problema que o AVC representa”

‘Poder para acabar com o AVC’ foi o tema da sessão de abertura apresentado pelo médico Rui Cernadas, antigo presidente da Administração Regional da Saúde do Norte. O presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), professor doutor Castro Lopes, lamentou que “a população continue adormecida para o problema que o AVC representa”.

Mais de 850 profissionais de saúde estão reunidos no 11.º Congresso Português do AVC, no Hotel Sheraton, no Porto. Amanhã, às 15h30, o evento abre as portas a quem quiser saber mais sobre a prevenção.

O especialista Rui Cernadas afirmou, no Porto, que o poder de acabar com o AVC tem de ser pela prevenção e não pelo tratamento e que “todos temos um papel no combate ao AVC”, se for desenhada uma estratégia coerente, integrada e que envolva não só a comunidade médica, mas também a população e os decisores políticos.

Fazendo um ponto da situação atual, o especialista frisou a necessidade de corrigir as “preocupantes” assimetrias regionais, de alertar e informar a população para os primeiros sinais do AVC e de otimizar o controlo da hipertensão arterial e da fibrilhação auricular, que é responsável por um quinto de todos os acidentes vasculares cerebrais.

Na mesma linha argumentativa, o professor doutor José Manuel Silva, também presente na mesa, na sua última participação num congresso científico enquanto Bastonário da Ordem dos Médicos, referiu que “em Portugal não há uma política de prevenção” e “infelizmente não estamos ainda a fazer o suficiente”.

“Temos feito alguns avanços na prevenção do tabagismo, na redução das quantidades de sal nos alimentos, mas temos de ir mais longe para conseguirmos controlar a HTA, a diabetes, a obesidade”, salienta.

Na perspetiva do Bastonário, “esta prevenção deve começar de forma mais intensa com a educação para a saúde nas escolas, nas populações mais jovens”.

Contrastando com a falta de sensibilização da população para este problema de saúde pública, Castro Lopes sublinhou o crescente conhecimento científico na área da doença vascular cerebral e a capacidade clínica dos profissionais de saúde no nosso país, manifestando a sua satisfação por ter superado as 850 inscrições na mais importante reunião anual promovida pela SPAVC.

Mas, mais relevante do que os números “é a intensa participação de jovens especialistas interessados em acrescentar conhecimento sobre a prevenção, o tratamento e a reabilitação do AVC. São eles o futuro desta Sociedade”.

O 11.º Congresso Português do AVC está a decorrer desde ontem, no Hotel Sheraton, no Porto, e encerra trabalhos amanhã à hora de almoço, dando lugar, no mesmo espaço, a um Curso de AVC dedicado à fase aguda e a uma sessão informativa sobre AVC aberta a toda a população, de entrada gratuita.

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