A recessão real está a ser o dobro da prevista pelo ministro das Finanças. O “impacto negativo” da economia no final de 2012 torna “razoável conjeturar que a Comissão Europeia” proponha “o prolongamento por um ano” do prazo concedido a Portugal “para corrigir o défice excessivo”.
Vítor Gaspar, ministro das Finanças, assumiu hoje no Parlamento que Portugal poderá ter mais tempo para corrigir o défice das contas públicas. Mas não será o Governo a pedir esse prolongamento do prazo, argumentou o governante, confiante de que será a Comissão Europeia a propor a medida de alívio. Isto porque as previsões governamentais falharam: a recessão, estimada em um por cento, terá de ser “revista em baixa” para o dobro.
“Os desenvolvimentos do quarto trimestre de 2012 terão um impacto negativo na atividade económica do ano corrente. Como habitualmente, haverá uma revisão das perspetivas económicas no sétimo exame regular, que tem início já na próxima segunda-feira. Neste momento, o meu julgamento provisório aponta para uma revisão em baixa da previsão da atividade económica da ordem de um ponto percentual”, afirmou Vítor Gaspar, no Parlamento.
