Desde a era soviética que a Rússia não assistia a algo assim. O Angara é o primeiro foguete espacial feito no país e lançado a partir de um cosmódromo russo. O Presidente Vladimir Putin esteve ‘presente’ para celebrar o início do projeto para devolver a autossuficiência espacial à Rússia.
Três, dois, um… E um lançamento abortado. Mas, à segunda, o Angara deixou a plataforma de lançamento de Plesetsk, no norte da Rússia. É a primeira vez, desde o fim da União Soviética, que o país desenvolve um foguete espacial e o lança a partir do próprio território.
Até agora, sempre que a Rússia queria lançar um foguetão, fosse ‘herança’ da era soviética ou de outro país, tinha de alugar o cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Com o teste de hoje, o Kremlin pretende recuperar a autossuficiência espacial perdida nas últimas décadas.
Só que o Angara só largou à segunda. A primeira tentativa, transmitida em direto na televisão, foi abortada. Sem avançar qualquer explicação, o Ministério da Defesa emitiu um comunicado a referir que “o primeiro teste de lançamento do foguete espacial Angara -1,2 PP foi conduzido pelas Forças de Defesa Aérea e Espacial”.
O Presidente russo, Vladimir Putin, não esteve presente fisicamente em Plesetsk, mas acompanhou todo o protocolo através de uma ligação por vídeo. Durante cerca de 20 minutos, o Angara viajou pela linha da costa ártica da Rússia.
O sucesso do teste ganhou relevo especial face às dificuldades do programa espacial russo nas últimas décadas, sobretudo desde a fuga de cérebros nos anos 90 (com o colapso da União Soviética) e o falhanço com a primeira série de motores, a RD-191.