Há uma religião a propagar-se pelo mundo e que, na Alemanha, exige ser reconhecida legalmente. Rüdiger Weida quer credibilizar a Igreja do Monstro Esparguete Voador, também conhecida como o Pastafarianismo. Bebam cerveja e digam ramen, pois a salvação está aí.
Rüdiger Weida, de 63 anos, está decidido a tornar legal a Igreja do Monstro Esparguete Voador, também conhecida como o Pastafarianismo: uma junção de ‘pasta’ (massa de pão, em italiano) com o movimento ‘rastafári’.
Durante muitos anos, ninguém levou esta religião a sério. Também é verdade que a própria definição do Pastafarianismo não ajuda. Afinal, os crentes são incentivados a comer esparguete e a beber cerveja…
Para mudar essa forma de ver este movimento religioso, Rüdiger Weida fundou em Templin, uma pequena cidade no nordeste da Alemanha, o primeiro templo da Igreja do Monstro Esparguete Voador.
As orações realizam-se às 10h00 (locais) de cada sexta-feira e os ritos são semelhantes aos do Catolicismo, mas com ligeiras adaptações. O pão e o vinho, corpo e sangue de Jesus para os crentes, é no Pastafarianismo convertido em esparguete e cerveja. E o ámen final (que significa ‘assim seja’) é, nesta religião, ramen: um tipo de massa, muito consumida no Japão.
Rüdiger Weida, conhecido nos meios do Pastafarianismo como o Irmão Esparguete, admite que também tem algumas dúvidas sobre a divindade do Monstro Esparguete Voador: “É uma questão difícil para um pastafari. É como termos duas pessoas cá dentro. Uma acredita, claro, mas a outra sabe que não existe”.
Apesar das dúvidas religiosas, o Irmão Esparguete não tem dúvidas: a Igreja do Monstro Esparguete Voador merece o mesmo tratamento que as outras organizações religiosas, que na Alemanha beneficiam de algumas condições favoráveis.
“As leis laborais permitem que as igrejas contratem ou despeçam com base nas crenças das pessoas. Além disso, as principais religiões recebem financiamentos estatais para desempenharem certas atividades”, realçou Rüdiger Weida.
Refira-se que o autarca de Templin, Detlaf Tabbert, já revelou que não é crente do Pastafarianismo, mas que o município não vai criar obstáculos ao movimento religioso: “Vivemos numa comunidade tolerante e não discriminamos as minorias. Além disso, as pessoas têm de saber resolver as situações com espírito crítico e sentido de humor”.
