Mundo

Venezuela: FMI prevê inflação de um milhão por cento até final do ano

O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou as projeções económicas para a América Latina até finais de 2018, prevendo que a Venezuela vai enfrentar uma queda de 18 por cento do PIB e uma inflação de um milhão por cento.

“A Venezuela continua mergulhada numa profunda crise económica e social. Segundo as projeções, o PIB real vai reduzir-se em aproximadamente 18 por cento em 2018 – o terceiro ano consecutivo de quedas de dois dígitos – devido à redução significativa na produção de petróleo e distorções generalizadas a nível micro, às quais se somam grandes desequilíbrios económicos”, segundo o FMI.

“Prevemos que a inflação dispare um milhão por cento até o final de 2018, o que indica que a situação na Venezuela é semelhante à da Alemanha em 1923 e à do Zimbabué” no final da primeira década deste século, pode ler-se no documento “Perspetivas para as Américas: uma recuperação mais difícil”.

O FMI sublinha ainda “que o Governo (venezuelano) continuará a registar grandes défices fiscais, financiados exclusivamente com a expansão da base monetária, alimentando a aceleração da inflação, à medida que a demanda de dinheiro continue caindo”.

“O colapso da atividade económica, a hiperinflação e a deterioração cada vez maior no fornecimento de bens públicos (saúde, eletricidade, água, transporte e segurança), juntamente com a escassez de alimentos a preços subsidiados, têm gerado grandes fluxos migratórios, que intensificarão os efeitos de contágio nos países vizinhos”, refere-se no mesmo documento.

No entanto, o FMI prevê que “a atividade económica na América Latina continuará o seu processo de recuperação”, após a retoma da demanda interna de 2017, liderada principalmente pelo consumo, com o investimento finalmente a ganhar força.

“Projeta-se que a região como um todo cresça 1,6 por cento em 2018 e 2,6 por cento em 2019, acima dos 1,3 por cento registados em 2017, mas abaixo das nossas projeções de abril (de 2018)”, detalha aquele organismo.

Segundo o FMI “embora o crescimento (da América Latina) esteja a acelerar em alguns países, a recuperação tornou-se mais difícil para algumas das economias maiores, devido à interação das pressões do mercado a nível global, com vulnerabilidades específicas dos países, que as amplificaram”.

No global, excluindo a Venezuela, a América Latina e as Caraíbas vão terminar 2018 com um crescimento de 2,3 por cento.

A Argentina crescerá 0,4 por cento, o Brasil 1,8 por cento, o Chile 3,8 por cento, a Colômbia 2,7 por cento, o México 2,3 por cento e o Peru 3,7 por cento até finais de 2018.

Em destaque

Subir