Ciência

O que pensam os portugueses da vacinação ao longo da vida?

Sete em cada 10 portugueses consideram a vacinação um fator crítico de sucesso para o envelhecimento saudável. Maioria da população concorda que a pandemia da covid-19 veio realçar a importância da vacinação.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), em conjunto com a GSK, desenvolveu o estudo nacional “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?”.

O objetivo foi avaliar o conhecimento dos portugueses sobre a importância da vacinação na idade adulta, nomeadamente o seu contributo para o envelhecimento saudável.

O estudo, realizado pela 2Logical entre outubro e dezembro de 2021, procura ainda avaliar a notoriedade das vacinas e do Programa Nacional de Vacinação (PNV) entre a população portuguesa (população geral e a população considerada de risco), bem como o seu conhecimento sobre a prevenção de doenças infeciosas em idade adulta e conhecimento do Herpes Zoster, mais conhecido como “Zona”.

As conclusões revelam que 32,5% da população não conhece o PNV e, em contraste, a população considerada de risco tem um maior conhecimento do PNV com 76,2% a afirmar conhecer este plano.

Por outro lado, 73% dos portugueses (da população em geral) afirmam ter todas as vacinas em dia. A maioria da população auscultada considera, ainda, que a pandemia veio realçar a importância da vacinação, sobretudo na idade adulta.

vacinação

Com 86% dos portugueses a considerarem a vacinação ao longo da vida como algo muito importante para a sua saúde, este estudo revela igualmente que a maioria das pessoas (90,4%) defende que as vacinas deveriam ser gratuitas para os grupos de maior risco, como idosos ou portadores de doenças crónicas.

Adicionalmente, 9 em cada 10 concordam totalmente que todas as vacinas deviam ser gratuitas para toda a população e 75% dos portugueses acreditam que as vacinas ajudam a estimular o sistema imunitário.

Idosos devem estar informados da importância da vacinação

O presidente da APMGF, Nuno Jacinto, alerta: “É muito importante que a população mais idosa esteja devidamente informada sobre os benefícios da vacinação contra diversas doenças, pois sabemos que é nestas faixas etárias que algumas delas assumem contornos de maior gravidade. Por outro lado, o estudo também releva a posição clara dos portugueses sobre a necessidade das vacinas estarem acessíveis, sem barreiras, para idosos e portadores de doenças crónicas.”

Para reforçar esta afirmação, o estudo demonstra ainda que 80% dos portugueses que conhecem o PNV, têm em consideração as recomendações dos profissionais de saúde, sendo o médico de família (78,3%), o especialista mais destacado.

“É fundamental que neste contexto de recuperação da pandemia da Covid-19, que deixou grande parte da população desperta para a importância da vacinação, continuemos a fazer todos os esforços para divulgar e aconselhar as vacinas que podem contribuir para a saúde e bem-estar dos portugueses e, principalmente, para a promoção do seu envelhecimento saudável, sendo que os especialistas de Medicina Geral e Familiar têm um papel muito importante nesta matéria”, reforça o médico Nuno Jacinto.

O estudo nacional “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?” demonstra, uma vez mais, a confiança que os portugueses têm na vacinação enquanto uma das medidas mais eficientes na prevenção de doenças infecciosas e propulsor de o bem-estar geral.

Ou seja, cerca de 6 em cada 10 pessoas (59,8%) consideram vacinar-se caso estejam entre o grupo de risco para determinada doença e, por outro lado, cerca de metade da população portuguesa (49,7%) tem intenções de vacinar-se sempre que seja necessário. Destes indivíduos, 55% têm 65 anos ou mais.

No caso concreto do Herpes Zoster (Zona), 70% da população portuguesa com mais de 50 anos afirma conhecer esta patologia, contudo o nível de preocupação não é muito elevado uma vez que 53% não conhecem os fatores de risco associados à doença, 16% não conhecem os sintomas e 28,6% não sabem qual é a faixa etária que está mais vulnerável ao seu aparecimento. Apesar de ser uma doença prevenível através da imunização, 8 em cada 10 portugueses referem o desconhecimento sobre esta vacina e indicam este fator como a principal barreira à vacinação.

Por outro lado, os resultados do estudo indicam ainda que se esta vacina estivesse disponível de forma gratuita e universal, 79% da população geral e cerca de 87% da população de risco gostaria de se vacinar contra a Zona.

Ficha técnica

O universo deste estudo contou com a participação de indivíduos de ambos os géneros, residentes em Portugal, com 50 anos ou mais.

A amostra da população geral é composta por 614 indivíduos, sendo 337 mulheres e 277 homens, sendo proporcional à população portuguesa em termos de idade e região.

A amostra da população de risco é composta por 206 indivíduos, de 6 organizações de pessoas que vivem com a doença.

Em destaque

Subir