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Teixeira dos Santos iliba Sócrates e nega má negociação do resgate com a troika

teixeiras santos tviAntecessor de Vítor Gaspar como ministro das Finanças, Teixeira dos Santos concedeu uma entrevista à TVI, onde abordou o pedido de resgate de Portugal à troika, os últimos dias de exercício, respondendo a algumas críticas sobre uma alegada má negociação do resgate. O ministro de José Sócrates lamentou o chumbo do PEC e disse ainda que a sua permanência no Governo não era certa, mesmo que o PEC 4 fosse aprovado.

Teixeira dos Santos quebrou ontem o silêncio, numa entrevista à TVI, depois de dois anos a ouvir críticas, que se acentuaram nos últimos tempos, com a teoria de que o plano de resgate foi mal negociado pelo anterior Governo.

O ministro das Finanças de José Sócrates concedeu a primeira entrevista desde que abandonou funções, com a demissão do Governo, após o chumbo do Plano de Estabilidade e Crescimento que a oposição, liderada por Pedro Passos Coelho, chumbou, em março de 2011.

E Teixeira dos Santos – que neste campo usou um discurso semelhante ao de José Sócrates – refutou as críticas de uma má negociação do programa de resgate, estranhando até que o Governo de Passos Coelho utilize esse argumento.

“O primeiro-ministro tinha clara perceção que o pedido de resgate ia fazer mal ao país e o que veio a seguir comprovou isso. O primeiro-ministro resistiu o mais que pôde. José Sócrates estava muito resistente. Eu chamei à atenção para as dificuldades que existem e ele procurou alternativas, que se esgotaram em poucos dias”, recorda Teixeira dos Santos.

Para Teixeira dos Santos, o chumbo do plano precipitou o pedido de ajuda, que Portugal não pôde evitar. José Sócrates é ilibado e até elogiado pelo ex-ministro das Finanças. “De maneira alguma” se pode dizer que José Sócrates é o culpado pelo pedido de ajuda à troika, segundo Teixeira dos Santos. Sócrates “resistiu o mais que pôde” e nos dias posteriores ao chumbo do plano, “com vários eventos com a descida do rating dos bancos, ele [Sócrates] estava convencido de que não valeria a pena continuar a resistir”, revela.

A permanência do ministro das Finanças não seria certa, mesmo que o Governo não se tivesse demitido. “Se o PEC 4 fosse aprovado, eu prepararia o novo orçamento mas não permaneceria muito mais tempo no Governo. Foi um período muito intenso e exaustivo”, salienta Teixeira dos Santos, nesta entrevista à TVI.

Teixeira dos Santos defendeu ainda que Portugal não necessita de mais tempo ou dinheiro, para cumprir o resgate negociado com a troika. Por outro lado, não compreende que se fale em descida de impostos, nesta altura de consolidação, “a não ser que seja por razões eleitoralistas”.

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