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‘Swaps’: Os papéis destruídos resistem “afastados” dos processos

maria luis albuquerqueFoi preciso “uma segunda busca exaustiva”, mas os papéis de trabalho sobre os ‘swaps’ existem mesmo: foram mal arquivados e não destruídos, como assumira a IGF. A culpa é da “escassez de funcionários” e do excessivo volume de “documentação guardada no arquivo”.

Os papéis de trabalho referentes aos polémicos contratos ‘swap’ não foram destruídos, como referira a Inspeção-Geral de Finanças (IGF): existem mesmo, só que foram mal arquivados, assumiu ontem a IGF.

“Após uma segunda busca exaustiva a todo o arquivo desta Inspeção-Geral, e não apenas à parte relativa ao setor empresarial do Estado, foi possível localizar as pastas contendo os papéis de trabalho das auditorias em apreço, as quais se encontravam afastadas dos respetivos processos”, salienta a nota ontem emitida pela IGF.

A notícia de que os papéis de trabalho destruídos ainda estavam intactos foi ontem avançada pela revista Sábado, que terá recebido uma resposta do gabinete da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque: “o equívoco terá sido alegadamente ocasionado por uma informação incorreta transmitida ao diretor operacional responsável pela área de suporte a quem foram pedidas as pastas que continham os ‘papéis de trabalho’, a qual, por não as ter encontrado, pressupôs que haviam sido já destruídas”.

Se o Ministério alega uma “informação incorreta”, a IGF queixa-se da falta de funcionários – numa altura em que o Governo alega a necessidade de reduzir o número de funcionários públicos – e do excessivo volume de informação com que tem de lidar. Na nota ontem emitida, a IGF justifica a ‘existência’ dos papéis de trabalho supostamente destruídos com “a escassez de funcionários da área de suporte e a extensa documentação guardada no arquivo-geral desta Inspeção-Geral”.

Para apurar qual o verdadeiro motivo, “a IGF vai realizar um processo interno”, revelou uma fonte das Finanças que a Sábado cita sem identificar: “a IGF está a realizar um processo de averiguações visando o total esclarecimento, bem como o apuramento das correspondentes responsabilidades, ao facto de terem sido prestadas informações incorretas sobre a alegada destruição de ‘papéis de trabalho’ relacionado com as auditorias ao passivo oneroso de empresas públicas, os quais foram posteriormente encontrados no decurso de uma segunda busca exaustiva a todo o arquivo da IGF”.

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