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Sodomia ou censura? Líder da oposição na Malásia volta à prisão (vídeo)

anwar ibrahim Anwar Ibrahim voltou a ser condenado por sodomia, na Malásia. A ONU e a Amnistia Internacional já lamentaram a decisão, que na prática silencia o líder da oposição ao regime. Os cinco anos de prisão vão impedir Ibrahim de se candidatar nas eleições de (supõe-se) 2018.

O líder da oposição à coligação que governa a Malásia, Anwar Ibrahim, foi hoje condenado a cinco anos de prisão.

Para o Tribunal Supremo, o antigo vice-primeiro-ministro, de 67 anos, é culpado de ter sodomizado um ex-assessor. Para a oposição, o Alto Comissariado das ONU para os Direitos Humanos, a Austrália e as organizações Human Rights Watch e Amnistia Internacional, é uma deliberação que visa silenciar o mediático opositor ao regime.

“Irei para a prisão pela terceira vez, mas tenham certeza de que irei com a cabeça erguida. Insisto na minha inocência”, garantiu Ibrahim, lendo um comunicado em pleno tribunal.

A decisão do Supremo confirmou a sentença de março de 2014, também por cinco anos: como as últimas eleições gerais foram em 2013, as previsões apontam para que as próximas se realizem em 2018, quando o principal opositor ainda se encontrar a cumprir a pena.

Anwar Ibrahim criticou os juízes por “curvarem-se perante os ditames dos mestres políticos”, enquanto era retirado pelas autoridades: “Vocês escolheram ficar do lado do mal e afogar a vossa moral e os vossos escrúpulos num mar de falsidade e subterfúgios”.

O político agora condenado tem ganho um protagonismo crescente desde que, em meados da década de 90, entrou em rota de colisão com o primeiro-ministro da época, Mahathir Mohamad.

Algum tempo depois, surgiu a primeira acusação de sodomia, confirmada pelo tribunal. Tal como agora, o regime nega ter interferido para retirar dividendos políticos.

“A Malásia tem uma justiça independente e houve muitos veredictos contra figuras do alto escalão do Governo”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro, Najib Razak, em comunicado.

A Malásia é governada pela mesma coligação desde 1957, o ano da independência. Porém, o regime sofreu um ‘avc’ em 2013, quando três partidos da oposição se uniram em favor do candidato Anwar Ibrahim.

O alegado sodomita não conseguiu a vitória nessas eleições, mas marcou terreno e continua a ser apontado como o grande favorito para as próximas, que devem ser realizadas em 2018.

A decisão judicial de hoje levou a oposição a sair à rua, com manifestações de apoio ao condenado.

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