Seis portugueses ‘sequestrados’ por clube lituano
O plantel do FC Stumbras, que conta com seis portugueses, está a ser vítima de um esquema semelhante a sequestro por parte dos dirigentes, que deixam atrasar os salários para ‘prender’ os jogadores no clube.
O esquema do clube lituano é, no plano financeiro, muito simples: contratam-se promessas de países periféricos ou com ‘vantagens’ em termos diplomáticos (como Brasil e países africanos) que estejam livres para, no prazo de dois anos, vender os passes a outros clubes europeus.
Como a Lituânia integra a União Europeia, fica mais fácil ‘transformar’ um atleta proveniente do Brasil ou de países africanos num jogador ‘comunitário’, contornando os limites que vigoram nas principais ligas europeias.
Enquanto jogam no FC Stumbras, os atletas ganham o salário mínimo, cerca de 350 euros mensais.
Só que nem sempre o salário é pago.
Em declarações ao The New York Times, vários jogadores revelaram que estão há três meses sem receber.
Um atleta chegou mesmo a garantir que já só lhe restavam oito euros!
Sem dinheiro, os jogadores ficam ‘sequestrados’ pelo clube, que entretanto vai negociando os passes com outros emblemas europeus por valores altíssimos.
Estão nesta situações seis jogadores portugueses, de acordo com o Sindicato dos Jogadores.
O artigo do The New York Times refere ainda que, para além de ganharem o salário mínimo, os jogadores têm de aceitar uma cláusula de compensação, no valor de três milhões de euros, em caso de rescindirem unilateralmente; só que o clube pode despedi-los com apenas um aviso prévio de 24 horas e sem ter de pagar qualquer indemnização.
Refira-se que o treinador do FC Stumbras também é português: Mariano Barreto.
O esquema do clube lituano já está a ser investigado pela FIFA, concluiu o jornal norte-americano.
