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Sardenha: Inundações deixam ilha em estado de emergência

ciclone sardenha 210ciclone sardenha bigA Sardenha está em estado de emergência. A medida foi tomada pelo Governo de Itália após as inundações que, até ao momento, provocaram 17 mortos e um número indeterminado de desaparecidos.

A passagem de um fenóneno meteorológico batizado de “ciclone Mediterrâneo” deixou a ilha da Sardenha, em Itália, em estado de emergência. As autoridades confirmaram a existência de 17 vítimas mortais, mas ainda não divulgaram o número de desaparecidos. As primeiras estimativas apontam ainda para mais de 2700 desalojados.

A tempestade, com chuvas intensas, provocou a cheia de rios, inundações nas localidades, aluimentos de terras e desabamento de pontes. O exército foi mobilizado para ajudar e o Governo desbloqueou 20 milhões de euros para ajuda de emergência. “Estamos a salvar vidas, a ajudar os desalojados e a reparar estradas para assegurar o acesso às áreas mais afastadas”, explicou o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, após um Conselho de Ministros de urgência.

De acordo com o governador da região, Ugo Cappellacci, há 17 mortos confirmados. Quatro das vítimas mortais são da mesma família, brasileira: dois adultos, com idades a rondar os 40 anos, e os filhos, um de 16 e outro de 20 anos. Os quatro morreram afogados num apartamento no subsolo de um prédio, na cidade de Arzachena.

Perto da cidade de Olbia, o desabamento de uma ponte vitimou três pessoas da mesma família, enquanto mãe e filha foram encontradas mortas num carro arrastado pelas águas. Há ainda informações de um polícia morto num acidente rodoviário, quando escoltava uma ambulância, e de um homem vitimado pelo desabamento de uma ponte. Em Uras e em Nuoro, duas idosas (uma de 64 anos, outra com 90) foram encontradas afogadas em casa.

“É um acontecimento extraordinário, um drama incrível”, desabafou Enrico Letta, referindo-se à tempestade que devastou uma das ilhas mais turísticas de Itália. “Caíram 440mm de chuva, o equivalente a seis meses em condições normais”, explicou o secretário de Estado da Proteção Civil, Franco Gabrielli: “estamos a enviar produtos de primeira necessidade aos desabrigados e tentamos restabelecer a energia elétrica e bombear água para libertar as estradas e as zonas inundadas”.

Olbia, conhecida pela atividade portuária, ficou quase totalmente inundada. Nas zonas rurais ou montanhosas, os aluimentos de terras e os desabamentos de ponte complicaram as missões de resgate. Só os bombeiros contabilizavam, no final das primeiras horas, mais de 600 intervenções em toda a ilha.

A Proteção Civil rejeita abordar o “ciclone, termo utilizado apenas pela imprensa”, e prefere citar “tempestade”. Gianfranco Galaffu, diretor da Proteção Civil no município de Sassari, afirmou à AFP que “a tempestade afetou quase 20.000 pessoas, mas a fase de emergência mais aguda já passou”.

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