Fernando Ruas, que queria “correr à pedrada” os vigilantes da natureza, vai de Viseu para Estrasburgo. O ex-presidente da Câmara viseense e da ANMP vai ser o número dois da lista da “Aliança Portugal”, a coligação PSD/CDS, para as eleições europeias.

O número dois do PSD para as eleições europeias não é Alberto João Jardim, como tudo indicava antes da reunião de ontem do Conselho Nacional, mas Fernando Ruas, o antigo presidente da Câmara de Viseu que, em 2006, pretendia “correr à pedrada” os vigilantes da natureza.

O nome de Ruas, também ex-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, foi aprovado por larga maioria como o número dois de uma lista encabeçada por Paulo Rangel.

O eurodeputado deixou transparecer, em conversa com os jornalistas, que a lista não foi compostacomo pretendia, salientando que há critérios a cumprir e que dificultam certas escolhas.

O Conselho Nacional do PSD, presidido pela primeira vez por Miguel Relvas, apontou ainda a independente Sofia Ribeiro, nomeada pelo PSD-Açores, para o terceiro lugar da lista da “Aliança Portugal”, a coligação entre sociais-democratas e o CDS.

No quinto lugar, depois do primeiro nome dos centristas (Nuno Melo), surge Carlos Coelho, com Cláudia Aguiar e José Manuel Fernandes nas posições seguintes.

O CDS vai indicar o oitavo nome, mas o PSD já revelou os candidatos seguintes: José Mendes Bota, Fernando Costa, Joana Barata Lopes, Mercês Borges e Luís Viegas.

Críticas “patéticas”

A reunião de ontem à noite ficou marcada pela primeira intervenção partidária de Miguel Relvas após a demissão do Governo. O ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares abandonou o executivo em abril do ano passado, alegando “falta de condições anímicas”, após as notícias sobre as irregularidades na licenciatura.

Relvas terá explicado que só regressou para dar sequência a uma militância de 34 anos, apesar das críticas “patéticas” de alguns comentadores, segundo revela o Público.

“Corram-nos à pedrada”

Fernando Ruas, o número dois da coligação “Aliança Portugal” para as eleições europeias, era já um dos mais históricos autarcas do PSD quando, em junho de 2006, teve uma afirmação polémica.

Perante queixas sobre a atuação dos vigilantes da natureza, o então presidente da Câmara de Viseu disse: “arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. A sério, nós queremos gente que nos ajude e não que obstaculize o desenvolvimento. Estou a medir muito bem o que estou a dizer”.

O caso foi parar a tribunal, com Fernando Ruas a ser condenado, em julho de 2009, a uma multa de 2000 euros.