Demorou dez anos, mas a sonda Rosetta está finalmente próxima ao cometa 67P. Lançada a 2 de março de 2004, a Rosetta entrou na órbita do corpo celeste que tem vindo a perseguir. Foi a primeira vez que uma sonda foi alinhada pela rota seguida por um cometa.

A uns 550 milhões de quilómetros desenrola-se um romance espacial. Uma sonda de fabrico humano, a Rosetta, insinua-se a um cometa, o 67P Churyumov-Gerasimenko. Lentamente, foi-se aproximando até que nas últimas horas entrou na ‘esfera privada’: ou, mais concretamente, na órbita da cometa.

É um romance que dura há dez anos. A 2 de março de 2004, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla internacional) lançava a Rosetta para que esta se aproximasse do 67P, a fim de estudar a rotação do cometa em torno do sol, recolher amostras e analisar a composição molecular e o campo magnético do cometa.

Mas a sonda não andou sempre atrás do 67P. Em 2011, ficou à espera, no Espaço, adormecida. Como o 67P estava em aproximação à estrela, a Rosetta foi ‘acordada’ pelo centro de operações de Darmstadt (Alemanha), a 20 de janeiro deste ano.

Desde então que a sonda se tem aproximado do cometa, atingindo hoje a menor distância entre ambos: apenas uns 100 quilómetros.

Foi ainda a primeira vez, salientou a ESA, que uma sonda ficou alinhada com a rota de um cometa. Refira-se que o 67P segue viagem a uma velocidade de 55 mil quilómetros por hora.

A Rosetta, que já percorreu seis milhões de quilómetros, vai lançar um módulo para ficar ainda mais próxima do cometa. O Philae deve pousar na superfície do 67P dentro de meses.

Ainda segundo a ESA, o romance espacial vai durar até dezembro do próximo ano.