Juiz decide a favor da pretensão do advogado de Renato Seabra, David Touger, e ordenou que fossem cedidas à Defesa 25 fotos do corpo de Carlos Castro, que estavam na posse da procuradora. O modelo português, acusado da morte do cronista, regressou ontem a tribunal, para mais uma sessão do julgamento.

David Touger pretendia que as 25 fotos fossem vistas pelos psiquiatras que estão a avaliar o estado psicológico de Renato Seabra, no momento em que cometeu o crime. A procuradora negara-se a ceder o registo, por considerar que as 200 fotografias já cedidas seriam suficientes.

No entanto, Touger discordou e escreveu uma missiva ao juiz, solicitando que fossem cedidas as imagens. O advogado de Defesa alegou que o estado do corpo de Carlos Castro é fundamental para a elaboração de um relatório psiquiátrico sobre o estado de Renato Seabra (eventual insanidade temporária), no momento em que cometeu o crime e profanou o corpo, no dia 7 de janeiro.

A procuradora justificou o facto de não querer ceder o material fotográfico com a lei, que não a obriga, e com os detalhes da profanação do cadáver, bem explícitos no relatório que resultou da autópsia.

Na audiência de ontem, o juiz acedeu à pretensão de David Touger e ordenou que a procuradora entregasse cópias daquele material num prazo máximo de uma semana. Trata-se de uma pequena vitória da Defesa, mas que pouco ou nada poderá representar.

Touger pretende, deste modo, utilizar em favor do modelo português todos os pormenores macabros do crime. Deste modo, fortalece a teoria da demência temporária, ou irracionalidade do autor do crime. Caso consiga convencer o juiz – o que será difícil – evita a prisão perpétua, mas não escapa a uma longa pena numa ala prisional psiquiátrica. O réu regressa a tribunal no dia 26 de julho, para mais uma audiência.