Economia

Rácio de crédito malparado cai para 7,7 por cento no terceiro trimestre de 2019

O rácio de crédito malparado no sistema bancário português diminuiu 0,6 pontos percentuais, para 7,7 por cento, no terceiro trimestre de 2019 relativamente ao anterior, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

De acordo com o relatório “Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes”, relativo ao terceiro trimestre de 2019, o rácio de crédito malparado (NPL, ‘non-performing loans’, na sigla em inglês) diminuiu 0,6 pontos percentuais (pp) face ao segundo trimestre, para 7,7 por cento, tendo o total de empréstimos dessa categoria diminuído 1,7 mil milhões de euros (7,3 por cento) no mesmo período.

“O rácio de NPL líquido de imparidades diminuiu 0,4 pp, para 3,6 por cento”, no mesmo período, adianta ainda o mesmo documento do banco central.

Nas sociedades não financeiras (empresas), entre os dois trimestres “o ‘stock’ de NPL reduziu-se em 1,1 mil milhões de euros (7 por cento), tendo o rácio decrescido 0,9 pp, para 15,7 por cento”, adianta o BdP, acrescentando que “no segmento de particulares o ‘stock’ de NPL reduziu-se em 596 milhões de euros (9,4 por cento) tendo o rácio diminuído 0,4 pp, para 4,0 por cento”.

Em termos de cobertura por imparidades, no malparado esta “aumentou 1,2 pp, para 53,5 por cento” entre o segundo e o terceiro trimestre de 2019, tendo no segmento das sociedades não financeiras aumentado 1,5 pp para 58,5 por cento e, nos particulares, 1,1 pp para 58,5 por cento.

No final de 2018, o rácio total de crédito malparado era de 9,4 por cento, no final de 2017 de 13,3 por cento e no mesmo período de 2016 era de 17,2 por cento.

Em outros indicadores relativos à evolução entre segundo e o terceiro trimestre de 2019, “o ativo total do sistema bancário aumentou 0,2 por cento, essencialmente por via dos empréstimos a outras instituições de crédito (OIC), que aumentaram 9,7 por cento, e dos títulos de dívida detidos (aumento de 0,6 por cento), em particular de sociedades não financeiras”.

“Em sentido inverso, destaca-se a redução, em 5,5 por cento, das disponibilidades em bancos centrais”, indica ainda o documento do Banco de Portugal.

A entidade liderada por Carlos Costa indica ainda que entre trimestres “o financiamento obtido junto de bancos centrais diminuiu 4,5 por cento, situando-se em 4,7 por cento do ativo em setembro de 2019”, tendo o financiamento líquido interbancário diminuído 8,8 por cento, “decorrente do referido aumento dos empréstimos a OIC e da redução de 2,9 por cento dos depósitos de OIC, situando-se em 4,9 por cento do ativo”.

“O rácio de transformação [empréstimos sobre depósitos] reduziu-se em 0,2 pp, para 88 por cento, e o rácio de cobertura de liquidez diminuiu 1,4 pp, para 210,9 por cento, permanecendo significativamente acima do mínimo regulamentar”, de acordo com os dados do Banco de Portugal.

Em termos de rendibilidade, até ao final de setembro de 2019, “a rendibilidade do ativo (ROA) do sistema bancário manteve-se estável face ao período homólogo de 2018, situando-se em 0,8 por cento”, tendo a rendibilidade sobre o capital próprio (ROE) aumentado 0,4 pp, para 9,1 por cento.

O Banco de Portugal assinala ainda que a estabilidade da rendibilidade do ativo “refletiu, por um lado, o aumento de 4,2 por cento da margem financeira e, em menor grau, a diminuição de 20,5 por centodo fluxo líquido de provisões e imparidades”.

“Por outro lado, estes contributos positivos foram compensados por uma deterioração dos resultados de operações financeiras em 36,3 por cento, um aumento de 2,4 por cento dos custos operacionais e uma redução de 26,2 por cento dos outros resultados”, segundo o BdP.

Já a eficiência do sistema bancário medida pelo rácio ‘cost-to-income’ (custos sobre rendimentos), “diminuiu em relação ao período homólogo”, já que o rácio passou de 56,2 por cento para 57,0 por cento.

O rácio de fundos próprios totais aumentou 0,3 pp, para 16,4 por cento, e o de alavancagem aumentou 0,1 pp para 7,8 por cento, acima dos critérios de supervisão bancária de Basileia (3 por cento).

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