Desde 2005, Portugal tem uma taxa de pobreza infantil nos 22,4 por cento, acima da média de 20,5 por cento dos 27 dos países da União Europeia (UE). O alerta é dado pela Cáritas, num relatório divulgado hoje, que abordou o impacto da crise e das medidas de austeridade nas famílias portuguesas.
A taxa de pobreza infantil em Portugal está acima dos valores médios da UE, segundo a Cáritas, que dá conta de uma realidade que se agrava. Há oito anos que Portugal contribui com números negativos para o aumento desta taxa, que se situa nos 22,4 por cento, sendo que a média europeia não ultrapassa os 20,5 por cento.
Estes números fora divulgados nesta quinta-feira, pela Cáritas, associação que tornou público um relatório europeu que avalia o impacto das medidas de austeridade sobre as famílias em Portugal, documento que conclui que uma em cada três crianças vive no limiar da pobreza.
Portugal superou a média europeia da taxa de pobreza infantil em 2005, mas a realidade portuguesa anterior a este ano pode ser igualmente grave. É que os números disponíveis, do Eurostat relativos aos 27 da União apenas foram disponibilizados desde aquele ano. Logo, não são possíveis estabelecer comparações anteriores a 2005.
A curva da pobreza infantil tem sido, no entanto, agravada nos últimos anos. Ou seja, entre 2005 e 2007 verificou-se uma descida dessa taxa, em Portugal. A partir de 2007 assinala-se um crescimento muito acentuado, de acordo com dados do Eurostat que a Cáritas cita.
A Cáritas faz uma crítica às políticas seguidas em Portugal, que conduzem ao mal-estar das famílias, cada vez mais perto da pobreza, que afeta um número crescente de crianças.
A organização lança ainda um apelo aos Governos para que analisem os efeitos das suas políticas, em termos sociais, centrando a atenção nas crianças, a médio e longo prazos. A pobreza é a realidade do presente, o desemprego é a perspetiva de futuro. Portugal sairá vítima desta austeridade, segundo a Cáritas.