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Paulo Portas deixou Presidente da República “fazer figura de parvo”, defende Marcelo na TVI

marcelo rebelo sousa1Marcelo defende que Paulo Portas “atuou da pior forma” e deixou o Presidente da República, Cavaco Silva, “fazer figura de parvo”. No comentário semanal na TVI, o professor considerou que Portas deveria ter informado o Presidente da República da sua intenção de se demitir. Marcelo acha que Cavaco vai agora aceitar a proposta de Passos Coelho e comunicar ao País que esta “solução menos má” é muito melhor do que uma crise política. Hoje, o chefe de Estado vai ouvir os partidos com assento parlamentar.

O comentário de Marcelo na TVI teve como centro da demissão de Paulo Portas, no dia em que o Presidente da República empossava a nova ministra das Finanças. Paulo Portas deixou Cavaco “fazer figura de parvo”, defende Marcelo Rebelo de Sousa.

Paulo Portas é o centro da política nacional e, nesse sentido, foi o centro do comentário político semanal que Marcelo Rebelo de Sousa assina na TVI. O professor, conselheiro de Estado, considera que o líder do CDS não teve a postura correta para com o Presidente da República.

Cavaco Silva terá tentado demover (por duas vezes) Paulo Portas de apresentar a demissão, no passado, tal como sucedera com Vítor Gaspar. Nesse sentido, entende Marcelo, Portas não agiu de forma correta com o chefe de Estado.

“Depois de tentar convencer o primeiro-ministro, sem sucesso, a não nomear a ministra Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas deveria dito ao Presidente da República o seguinte: ‘o senhor Presidente já travou duas demissões de Gaspar e duas demissões minhas. Agora, temos um problema mais complicado’”.

E como não o fez, Paulo Portas deixou Cavaco “fazer figura de parvo”, considera Marcelo Rebelo de Sousa, já que o Presidente da República não teve conhecimento em devido tempo da vontade de Portas em abandonar o Governo.

Cavaco, recorde-se, empossou a nova ministra das Finanças no momento em que era tornada pública a demissão do ministro do CDS. Portas terá entregue a carta de demissão a Passos de manhã, mas Cavaco Silva só muitas horas depois teve conhecimento dessa intenção de Portas.

“Consta que Paulo Portas terá duas vezes falado nisso [a intenção de se demitir] e o Presidente terá posto água na fervura”, conta Marcelo, considerando que este facto deveria suscitar no ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – que passou de demissionário a vice-primeiro-ministro – uma postura diferente.

Apesar deste ‘incidente’ e da crise política que ameaçava derrubar o Governo, a verdade é que, prevê Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República deverá aceitar este acordo entre PSD e CDS. “É a solução menos má”, entende Marcelo. O professor acha que Cavaco vai aceitar a proposta de Pedro Passos Coelho e, posteriormente, fazer uma comunicação ao país, a explicar os efeitos nefastos de uma crise política, nesta altura.

Quanto a Pedro Passos Coelho, Marcelo defende que fica a perder em termos de força no Governo, mas ganha na opinião pública, ao contrário de Paulo Portas. O primeiro-ministro “obrigou Paulo Portas a engolir uma demissão irrevogável”, salienta o professor na TVI.

A manutenção de Maria Luís Albuquerque como ministra das Finanças, nas negociações entre Passos e Portas, é explicada como um sinal de intransigência de Passos Coelho, que “não quis dar a vitória total ao CDS”.

Contudo, o primeiro-ministro está perante uma aparente incongruência, que é aceitar a demissão de Vítor Gaspar em nome um novo ciclo, mas chama ao topo das Finanças uma figura que representa o ciclo de Gaspar. Sustenta Marcelo que Maria Luís Albuquerque é “gasparismo sem Gaspar”.

O Presidente da República começa hoje a audição aos partidos com assento parlamentar, para ouvir opiniões sobre a solução política apresentada pelos partidos da maioria. A oposição irá defender eleições antecipadas, após o pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, enquanto CDS-PP e PSD defenderão o novo projeto governativo delineado por Portas e Passos Coelho.

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