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Passos bombardeado com críticas violentas de “amigos” do Facebook

passos coelho12À comunicação ao País do primeiro-ministro Passos Coelho sucedeu-se uma comunicação no perfil do Facebook do “amigo” Pedro. E se o primeiro-ministro foi criticado por todos os setores da política e sociedade, o “amigo” Pedro continua a ser bombardeado com a onda de indignação dos utilizadores daquela rede social.

A ousadia de Passos Coelho em utilizar as redes sociais para falar com os cidadãos tê-lo-á feito perceber que os potenciais benefícios não compensam o risco. Esses benefícios podem ser irreais e transformar-se num buraco sem fundo, onde a liberdade de expressão esmaga.

O primeiro-ministro disse ao País que iria retirar rendimentos, numa comunicação de sentido único. Regressou, horas mais tarde, ao Facebook, para despir a pele de chefe de Governo e abrir a alma. Acontece que as redes sociais assentam em comunicação de dois sentidos e a voz dos cidadãos está a fazer-se ouvir, em comentários de protesto.

Há 24 horas eram 32 mil comentários, hoje já são mais de 43 mil, o que constitui uma das mais comentadas ‘intervenções’ do Facebook. A maioria dos “amigos” de Pedro sente-se desiludida, enganada, enfurecida. É difícil encontrar comentários de apoio, no perfil de Passos.

Os portugueses agradecem de forma irónica, pedem um novo Governo, citam afirmações de Passos Coelho quando o atual primeiro-ministro era oposição – “Não podem ser aqueles que têm uma condição mais modesta a pagar para aqueles que precisam menos”, escreve Emanuel Machado – e chegam ao insulto.

E porque os amigos se tratam por “tu”, Filipe Miguel exige a Passos o seguinte: “Hás-de explicar como é que o dinheiro que devia entrar na Segurança Social e ajudar a sustentá-la neste momento crítico vai para atenuar o défice. Pensas que estás bem encostado e ousas fazer braço de ferro a Constituição”.

Pedro Passos Coelho não terá lido todos os comentários no seu perfil, mas deverá certamente repensar a sua política de utilização do Facebook, já que o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro. As redes sociais parecem uma ferramenta de comunicação muito eficaz, mas há momentos em que o silêncio é a melhor forma de falar.

Este efeito de bola de neve na indignação dos portugueses, manifestada pelo Facebook, chegou ao Financial Times, jornal que visitou o perfil de Passos Coelho e fez uma reportagem sobre o assunto. Leia mais.

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