No seu comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates é um fardo para o PS e coloca em risco a vitória de António Costa nas Legislativas do próximo ano. Marcelo prevê que “este problema grave” se possa arrastar durante a campanha e diz que, “se António Costa conseguir dar a volta e ganhar as eleições, é um génio”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, as sondagens recentes que colocavam António Costa com uma liderança folgada podem ter sido bruscamente alteradas, com a ‘bomba’ política que a detenção de José Sócrates representa.

Durante o seu habitual comentário na TVI, o antigo líder do PS considerou mesmo que Costa está perante um grande desafio. Mas não será fácil superá-lo com sucesso. “Se António Costa conseguir dar a volta ao texto e ganhar as eleições [Legislativas], é um génio”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, neste domingo, numa altura em que Sócrates estava a ser ouvido pelo juiz.

O comentador diz também que esta coincidência – a detenção de Sócrates surge na véspera da eleição de António Costa como secretário-geral do PS – representa o pior cenário com que o sucessor de Seguro poderia confrontar-se.

Acresce que Costa estava mais colado a Sócrates do que António José Seguro. E o discurso de Ferro Rodrigues, no Parlamento, veio lembrar o legado do ex-primeiro-ministro agora detido.

O social-democrata acredita que António Costa terá de acelerar o processo de afastamento dos ‘socristas’, dentro do PS, nos próximos tempos.

Para Marcelo Recelo de Sousa, há outro perigo que se coloca perante o país: durante o período eleitoral, PSD e PS centrarem a discussão neste caso, em vez de se focarem no essencial.

Mas não é só o PS que tem um desafio pela frente. É sobretudo a Justiça. “É um grande teste para a justiça”, diz Marcelo, aludindo a “casos que acabam em prescrição ou que acabam em meias decisões”. E as pessoas, sobretudo no caso de Sócrates, “querem Justiça rápida e clara”.

O comentador da TVI considera, no entanto, que a detenção do ex-primeiro-ministro e ex-líder do PS não foi surpresa para Sócrates.

“Penso que ele sabia o que ia acontecer. Escolheu o momento, dentro dos possíveis, e foi adiando. E eu presumo que sabia porque, na quinta-feira, foram ouvidos o motorista, o advogado e o amigo”, defende Marcelo.