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Os medicamentos inovadores duplicaram em número e triplicaram em despesa

sofosbuvir As contas relativas aos medicamentos inovadores continuam a ser feitas. De acordo com o Público, o número destes fármacos quase duplicou entre 2010 e 2014, o mesmo período em que a despesa dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde com estes medicamentos quase triplicou.

A boa notícia é que as farmacêuticas têm desenvolvido cada vez mais e melhores medicamentos, ao ponto de serem classificados como “inovadores” pela autoridade nacional (o Infarmed); a má notícia é que o Estado tem pago muito mais para que os doentes possam aceder a esses fármacos.

O Público voltou a fazer contas aos dados fornecidos pelo Infarmed. Entre 2010 e 2014, o número de medicamentos inovadores praticamente duplicou, de 13 para 23, só que a despesa dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde com estes fármacos quase triplicou.

O facto de cada terapêutica ser única levou a que a despesa pública com os medicamentos inovadores tenha aumentado de 56 para 142 milhões de euros, entre 2010 e 2014. E os avanços na investigação farmacêutica apontam para um agravamento deste dilema entre uma cura que é nova, mas cada vez mais cara.

Só na área do cancro há “oito mil moléculas em estudo”, como salientou o diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, António Vaz Carneiro, em declarações ao diário.

A recente polémica com os medicamentos inovadores da Gilead para a hepatite C, com taxas de sucesso acima dos 90 por cento, veio dar um ‘rosto’ às dificuldades de um Governo em negociar preços com a indústria farmacêutica.

Em Portugal, a Gilead tentou cobrar 48 mil euros por um fármaco que custa ao Egito 800 euros, segundo os dados que forma fornecidos pela tutela à altura das negociações.

O Ministério da Saúde português propôs aos restantes parceiros europeus uma ‘central de compras’ comunitária, para evitar que o mesmo fármaco tivesse preços diferentes dentro da União Europeia, mas os restantes países encetaram negociações bilaterais com os laboratórios, no caso dos medicamentos contra a hepatite C.

Reveja este trabalho da SIC sobre o aumento dos medicamentos inovadores aprovados e a consequente subida da despesa pública:

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