Além disso, os problemas da economia portuguesa já são “conhecidos há muitas décadas”, pelo que limitar o trabalho a um memorando que impõe a austeridade não resolve nada, sublinhou. A solução passa por uma expansão “mais forte na zona do euro como um todo”, ainda que isso traga “uma inflação mais elevada no núcleo europeu”, o que contraria a política habitual do Banco Central Europeu.
“Pode e deve tentar-se aplicar políticas não convencionais, mas é preciso tanta ajuda quanto possível ao nível da política orçamental e não uma situação em que a austeridade na periferia é reforçada pela austeridade no núcleo”, explicou o economista, contrapondo que, nos últimos três anos, a política da moeda única tem sido “focada quase que inteiramente nos supostos perigos da dívida pública”.
“O importante agora é mudar as políticas que estão a criar esse pesadelo”, reforçou Krugman: “a resposta para estes problemas que Portugal agora enfrenta, como sabemos há muitas décadas, é uma política monetária e orçamental expansionista”.
