Ciência

O futuro da FCT merece reflexão e há um grupo para isso

investigacao cientificaQue caminhos deve trilhar a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)? Por entender que não lhe compete dar a resposta, o ministro Manuel Heitor convidou cerca de 30 investigadores para um grupo de reflexão. Serão os cientistas a definir o perfil dos futuros diretores da FCT.

A primeira reunião de Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com os elementos do grupo de reflexão sofre o futuro da FCT decorre esta tarde, em Lisboa.

O processo tem uma certa urgência, pois o mandato dos atuais diretores da FCT, a principal financiadora pública da investigação científica em Portugal, termina agora em dezembro.

Atualmente, a instituição é presidida por Maria Arménia Carrondo, que assumiu o cargo após a demissão do anterior responsável, o médico Manuel Seabra, em abril.

Em comunicado, que para além da assinatura do ministro tem ainda a da secretária de Estado Maria Fernanda Rollo, o Ministério adiantou que o grupo, constituído por cerca de 30 investigadores portugueses, deve definir “as orientações que devem presidir ao futuro próximo da FCT em diálogo com a comunidade científica”.

A urgência na decisão é também provocada pela incerteza que reina na comunidade científica. Durante o Governo de Passos Coelho e a passagem de Nuno Crato pelo Ministério da Educação e Ciência, a FCT foi um foco de contestação e polémica.

Basta lembrar as manifestações dos bolseiros, contra os cortes no número de bolsas, e as polémicas avaliações dos centros de investigação científica, até porque as notas influíram no financiamento.

Estas polémicas foram lembradas na nota com que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou a criação do grupo de reflexão: “Os impactos negativos das opções e dos esquemas de avaliação e de financiamento eram previsíveis e inevitáveis, atingindo directamente o investimento na formação avançada de recursos humanos e no emprego científico, com impacto na emigração forçada de alguns dos recursos humanos mais qualificados”.

Os números também demonstram a dimensão dos problemas: entre 2010 e 2014, o investimento da FCT baixou dos 490 milhões para os 390 milhões de euros, enquanto o peso ‘da ciência’ no PIB nacional caiu dos 1,6 para os 1,3 por cento.

O grupo de reflexão tem 30 dias úteis para apresentar uma proposta de princípios orientadores da FCT e do perfil desejável dos futuros diretores.

Em destaque

Subir