Economia

Moody’s anuncia perspetiva estável para dívidas soberanas em 2019

A Moody’s anunciou hoje que a perspetiva para a qualidade das dívidas soberanas em 2019 é estável, tendo em conta o crescimento contínuo, mas em desaceleração, da economia global devido à incerteza sobre a estabilidade financeira a longo prazo.

Num comunicado hoje divulgado, a agência de ‘rating’ Moody’s Investors Service precisa que, “apesar dos riscos que poderiam afetar as condições de crédito nos próximos 12 a 18 meses, 75 por cento das 138 dívidas soberanas com ‘rating’ [avaliação] atribuído pela agência têm uma perspetiva estável, 11 por cento perspetiva positiva e 14 por cento perspetiva negativa.

A perspetiva para a qualidade da dívida soberana em 2018 era negativa para 22 das 138 dívidas soberanas com ‘rating’ atribuído pela Moody’s, ou seja cerca de 16 por cento.

“A nossa perspetiva estável para os ‘ratings’ das dívidas soberanas em 2019 tem em conta os benefícios do crescimento global contínuo face aos maiores riscos geopolíticos e domésticos”, afirma Alastair Wilson, Managing Director da Moody’s – Risco Soberano Global.

Wilson adverte que apesar da perspetiva estável geral, a Moody’s vai estar “mais atenta do que nos anos anteriores à possibilidade de choques não previstos que afetem a estabilidade financeira e económica nos próximos 12-18 meses”.

A Moody’s espera que o crescimento global atinja o ‘pico’ de 3,3 por cento em 2018 antes de desacelerar para 2,9 por cento em 2019 e para as economias avançadas do G-20, e acredita que o crescimento cairá para 1,9 por cento em 2019, contra 2,3 por cento em 2018, um padrão em economias chave, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha.

Para os mercados emergentes do G-20 a empresa prevê que o crescimento económico recue de 5 por cento em 2018 para 4,6 por cento em 2019.

A Moody’s considera que “a desaceleração do crescimento significa que a janela de oportunidades para enfrentar os desafios de dívida de longo prazo – incluindo os altos níveis de dívida pública e privada, bem como as tendências de prazo mais longo relacionadas com o envelhecimento e a desigualdade – está-se a fechar para as dívidas soberanas.

“A dívida elevada, o crescimento em desaceleração e as taxas de juros a subirem expõem as dívidas soberanas ao risco de choques que enfraquecem a competitividade e a sustentabilidade da dívida”, refere a Moody’s, adiantando que “um número de mercados emergentes e de fronteira está particularmente exposto ao aperto das condições financeiras globais e ao aumento do protecionismo comercial dos Estados Unidos.

A trajetória do perfil de crédito de longo prazo para as dívidas soberanas vai depender do sucesso dos esforços de reforma que abordam estas vulnerabilidades, adianta.

“Como em anos anteriores, a possibilidade de acontecimentos domésticos ou geopolíticos disruptivos representa o maior risco”, defende a Moody’s, considerando que os “riscos geopolíticos podem ter implicações além de fundamentos económicos e fiscais de um país específico e afetar fluxos de capital transfronteiriços e, portanto, as condições de financiamento para muitas dívidas soberanas”.

O risco geopolítico é uma categoria ampla que engloba a política comercial e de relações internacionais dos Estados unidos, que representa uma crescente ameaça à confiança e ao crescimento globais, o conflito na península coreana, o conflito regional no Médio Oriente e acontecimentos políticos ostensivamente domésticos, incluindo o Brexit e os acontecimentos recentes em Itália.

A agência refere ainda no comunicado que a pesquisa é “uma atualização para os mercados e não constitui uma ação de ‘rating'”.

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