Nas Notícias

Diz Sócrates: Passos, “próximo da miséria moral”, faz “ataque cobarde”

jose socrates Sócrates pode estar preso, mas quem está “desesperado” é Passos Coelho. Por carta, o ex-primeiro-ministro acusa o atual de estar “próximo da miséria moral”, condenando o “cobarde ataque pessoal” feito por Passos Coelho após as notícias do “incumprimento das obrigações contributivas”.

A dívida de Passos Coelho à Segurança Social, só liquidada depois de ter prescrita, é mesmo o assunto do momento. Nem o mais famoso preso do país escapou a comentar o caso.

Por carta, José Sócrates explicou que se sentiu vítima de “um cobarde ataque pessoal” quando Passos Coelho, “desesperado” com as notícias sobre a dívida à Segurança Social, “não resistiu” a evocar o processo que envolve o socialista.

“O senhor primeiro-ministro, num momento desesperado face às acusações de incumprimento das suas obrigações contributivas, não resistiu a trazer para a campanha eleitoral e para as Jornadas Parlamentares do PSD o processo em que fui envolvido”, escreveu Sócrates, numa carta hoje publicada pelo Diário de Notícias.

“Esta forma desprezível de fazer política diz tudo sobre quem a utiliza. Ao atacar um adversário político que está na prisão a defender-se de imputações injustas, o senhor primeiro-ministro não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito”, aqui citando o próprio Passos Coelho, “antes revela o seu carácter e o quanto está próximo da miséria moral”, continuou Sócrates.

“O uso deste processo por parte do senhor primeiro-ministro” foi ainda evocado pelo socialista como prova dos alegados “contornos políticos” da sua prisão preventiva: “A perseguição política e a tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições ficou agora clara aos olhos dos portugueses”.

“Naturalmente, não espero que o senhor primeiro-ministro, para quem manifestamente vale tudo, compreenda o valor da presunção de inocência num Estado de Direito, a extrema importância do respeito pelo princípio da separação de poderes e muito menos que entenda que, no meu caso, não só ainda nada foi dado como provado como não foi sequer aduzida qualquer acusação”, insistiu Sócrates.

A concluir a missiva, o socialista deixou um conselho a Passos Coelho: “Em vez de atirar lama para cima dos outros, o senhor primeiro-ministro faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu ou não cumpriu a lei. Pela minha parte, é o que tenho feito”.

Em destaque

Subir