Um líder religioso xiita foi condenado à morte num país de maioria sunita: a Arábia Saudita. Nimr Bager al-Nimr, um assumido crítico do regime, foi condenado por rebelião, “desobediência ao soberano” e ainda por posse de armas. Para a família, foi um “veredito político”.
Na Arábia Saudita, onde o regime é liderado pelos muçulmanos sunitas, um religioso muçulmano xiita foi sentenciado à pena de morte.
Nimr Bager al-Nimr, um assumido crítico do regime político, foi condenado por rebelião num tribunal especializado em terrorismo, em Riade, e também por “desobediência ao soberano” e por “porte de armas”.
O condenado, de 55 anos, foi o líder dos grandes protestos da minoria xiita em 2011 e 2012, num país onde 85 por cento dos 30 milhões de habitantes são sunitas.
A família de al-Nimr é que não aceita a sentença, acusando o tribunal de ter proferido um “veredito político”.
Exigindo que a sentença seja “pura e simplesmente anulada”, a família considerou, em comunicado, que este “veredito político por excelência” foi baseado “em acusações falsas”.
“Teríamos desejado ver os honoráveis juízes a tomarem em consideração a atitude pacífica do xeque Nimr, que sempre recusou o recurso à violência, às armas e mesmo ao lançamento de pedras perante os disparos” das forças de segurança, em 2011 e 2012, argumentou a família.
Desde 2008, quando al-Nimr reuniu com um alto representante do regime, que o religioso agora condenado tem vindo a pedir “a aplicação de reformas” nas principais instituições da Arábia Saudita.
Quando o agora condenado foi preso, em julho de 2012, surgiu uma vaga de manifestações. Durante os protestos foram mortos dois apoiantes de al-Nimr.