Nas Notícias

Jovens portugueses: Automutilação afeta 15,6 por cento

Estudo sobre comportamentos dos jovens portugueses revela que 15,6 por cento automutila-se, devido a dificuldades em lidar com as emoções. São pessoas que não gostam do corpo e que por isso o agridem. Média de idades não supera os 14 anos. Pais desconhecem esta realidade.

São jovens que não gostam do corpo, porque se consideram gordos, magros ou feios. São jovens que bebem, fumam ou consomem drogas. São jovens com maior dificuldade em fazer amigos e, normalmente, usam a violência para resolver conflitos.

Não conseguem lidar de outra forma com o facto de se sentirem tristes ou irritados. Não são felizes e, por isso, automutilam-se. São agressivos, o que se repercute no seu próprio corpo. A automutilação não é para eles mais do que uma banal agressão a terceiros, com a diferença de ser praticada no próprio corpo.

Fazem-no em locais escondidos, fazem-no em segredo, porque não são capazes de gerir os seus sentimentos e emoções. Pertencem a famílias onde há fracos laços familiares. Na maioria dos casos, os pais nem sequer sabem de que forma os filhos ocupam os tempos livres. Não conhecem o mundo dos seus filhos e ficariam surpreendidos com esta realidade.

Trata-se de um fenómeno com grande expressão noutros países. Ainda não eram conhecidos dados sobre a realidade portuguesa, mas essa acaba de ser descoberta e surpreendeu os autores deste estudo. Nunca imaginaram que pudesse ter uma expressão tão significativa em Portugal.

Este estudo sobre comportamentos, apresentado em Lisboa, pertence a uma equipa de investigadores da Faculdade de Motricidade Humana, Centro de Malária e Doenças Tropicais. Consistiu em mais de 5000 inquéritos a jovens portugueses, que frequentam os 6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade, com uma média de 14 anos de idade.

Em destaque

Subir