Economia

Investimento empresarial deverá acelerar de 1,9 por cento em 2018 para 4,4 pontos em 2019

O investimento empresarial deverá aumentar 4,4 por cento este ano, dinamizado pelas empresas de maior dimensão, acelerando face à evolução de 1,9 por cento em 2018, que ficou aquém dos 5,1 por cento perspetivados, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“De acordo com os resultados apurados no Inquérito de Conjuntura ao Investimento de outubro de 2018 (com período de inquirição entre 01 de outubro de 2018 e 17 de janeiro de 2019), o investimento empresarial em termos nominais deverá apresentar um crescimento de 4,4 por cento em 2019. Os resultados deste inquérito apontam ainda para um aumento de 1,9 por cento do investimento em 2018, traduzindo uma revisão em baixa face às perspetivas reveladas no inquérito anterior (variação de 5,1 por cento), em particular nas empresas de maior dimensão (500 ou mais pessoas ao serviço)”, informa o INE.

Segundo o instituto o crescimento previsto de 4,4 por cento do investimento este ano deve-se ao contributo positivo das empresas pertencentes ao 4.º escalão (6,9 pontos percentuais), em resultado de uma variação de 17,5 por cento, e das empresas do 2.º escalão (1,8 pontos percentuais), refletindo um crescimento de 9,7 por cento.

O indicador de difusão do investimento (percentagem de empresas que refere a realização de investimentos ou a intenção de investir) apresenta um perfil descendente em 2017, 2018 e 2019, de 89,4 por cento, 80,2 por cento e 77,9 por cento, respetivamente.

O “principal fator limitativo” do investimento empresarial identificado pelas empresas em 2018 e 2019 foi a deterioração das perspetivas de venda, prevendo-se para este ano “um aumento do peso relativo da insuficiência da capacidade de autofinanciamento e da deterioração das perspetivas de venda e uma redução do peso relativo da dificuldade em obter crédito bancário e da dificuldade em contratar pessoal qualificado”.

“De 2018 para 2019, entre os objetivos do investimento perspetiva-se um aumento da importância relativa do investimento orientado para a racionalização e restruturação e para outros investimentos, enquanto o peso relativo do investimento associado à extensão da capacidade de produção e à substituição deverá diminuir”, refere o INE.

“Apesar da redução do seu peso relativo – acrescenta – o investimento de substituição destaca-se por ser o objetivo mais referido em ambos os anos”.

Considerando a dimensão das empresas por escalões de pessoal ao serviço, o INE destaca na variação do investimento em 2018 “o contributo positivo mais significativo” (3,6 pontos percentuais) das empresas com 500 ou mais pessoas ao serviço, refletindo um crescimento de 9,9 por cento.

Nas empresas mais exportadoras da indústria transformadora, estima-se que o investimento tenha aumentado 6,1 por cento em 2018, um crescimento “mais intenso” que o do conjunto das empresas desta secção (2,6 por cento) e que o registado para o total das empresas (1,9 por cento).

Por outro lado, em 2019 perspetiva-se uma diminuição de 2,3 por cento do investimento empresarial nas empresas exportadoras, um decréscimo ainda assim menos expressivo do que o previsto para toda a secção de indústrias transformadoras (-6,6 por cento).

Numa análise por atividade económica, verifica-se que em 2018 o aumento da FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) empresarial (1,9 por cento) deveu-se ao contributo positivo de oito das 13 secções de atividade económica inquiridas, destacando-se o “contributo positivo mais acentuado” (2,1 pontos percentuais) da secção de atividades financeiras e de seguros, em resultado de um crescimento de 56,3 por cento.

Em 2019, ano para o qual está previsto um crescimento de 4,4 por cento do investimento, os resultados apontam para que oito das 13 secções apresentem taxas de variação positivas da FBCF empresarial, com destaque para os transportes e armazenagem (contributo de 3,5 pontos percentuais e taxa de variação de 42,6 por cento).

O autofinanciamento é a principal fonte de financiamento para o investimento das empresas inquiridas, representando 67,1 por cento e 65,6 por cento do total em 2018 e 2019, respetivamente.

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