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Inquérito nacional revela que 56% dos apostadores online jogam em sites ilegais

Mais de metade dos jogadores online de apostas desportivas e de jogos de fortuna e azar jogam em sites ilegais, revela um inquérito nacional, que aponta, no entanto, para um aumento dos que jogam apenas em operadores licenciados.

Segundo o inquérito promovido pela Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), 56 por cento dos jogadores registados a nível nacional aposta através de sites de jogo online licenciados e não licenciados. Mas destes, apenas 6 por cento aposta exclusivamente através de sites ilegais.

“Em sentido oposto, 44 por cento dos jogadores apostam em exclusivo em sites licenciados, ou seja, dentro da lei”, adianta o inquérito, divulgado hoje pela APAJO.

O inquérito, que envolveu 609 entrevistas efetivas, revela ainda que, do universo dos jogadores registados, cerca de 94 por cento já jogaram a dinheiro em 2019.

O inquérito concluiu que 42,2 por cento dos registos são ainda anteriores a 2016, ano em que entrou em vigor a regulamentação do sector, com os restantes quase 58 por cento dos registos efetuados nos anos seguintes.

Segundo o estudo, 20 por cento dos consumidores registaram-se em 2018 e, destes, 52 por cento fizeram-no apenas em operadores licenciados.

Entre os consumidores registados no primeiro semestre deste ano, quase 70 por cento efetuaram registos apenas em plataformas licenciadas.

O inquérito aponta também que as apostas desportivas são as preferidas dos jogadores online (66,7 por cento).

Traçando o perfil dos jogadores online em Portugal, o estudo indica que a maioria são homens (85,1 por cento). As mulheres representam cerca de 15 por cento dos jogadores.

Para o presidente da APAJO, Gabino Oliveira, “estes dados vêm demonstrar uma evolução muito favorável no crescimento do mercado licenciado”.

“Trata-se de um sinal positivo, embora consideremos na APAJO que ainda há muito a fazer no combate ao jogo não licenciado no online em Portugal”, afirma Gabino Oliveira em comunicado.

Para o presidente da APAJO, “o caminho a percorrer no combate ao jogo ilegal, para além da fiscalização, passa por um eficaz controle e bloqueio dos pagamentos que são feitos em sites ilegais. Esta é uma tendência crescente noutros países que em Portugal deve ser devidamente ponderada e implementada, pelas entidades competentes”.

Olhando para os dados, Gabino Oliveira salienta que são os jovens entre os 18 e os 24 anos quem mais aposta em plataformas não licenciadas, quase 53 por cento, um número que desce para os 29,4 por cento no grupo dos 25 aos 34 anos.

Face a estes dados, a APAJO defende a realização de uma campanha de jogo responsável, focada nos mais jovens ao mesmo tempo que se combate de “forma eficaz os sites ilegais.”

Tendo por base os inquiridos que em 2019 já jogaram, as razões para apostarem em plataformas licenciadas são para 63,7 por cento a “maior segurança”.

A Associação que representa as entidades licenciadas a operar em Portugal no jogo online pretendeu ainda saber, através deste inquérito, quanto gastam os apostadores registados.

Na resposta, os dados obtidos permitem aferir que a grande maioria, 62,5 por cento, gasta menos de 50 euros por mês nos jogos online legais.

Num estudo anterior que comparou Portugal com outros países, também promovido pela APAJO, foi possível estimar que existirão em Portugal entre 400 mil e 600 mil apostadores únicos online (entre 4,6 por cento e 6,9 por cento da população adulta).

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