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Hamas declara-se preparado para eleições nos territórios palestinianos

O movimento islâmico Hamas disse estar preparado para a realização de eleições algumas horas depois de o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, ter anunciado na Assembleia-Geral da ONU que as irá convocar “em breve”.

“Anunciamos a nossa disposição de participar em eleições gerais”, declarou na quinta-feira o Hamas num comunicado, no qual saudou as intenções de Abbas.

Na tribuna das Nações Unidas, Mahmud Abbas disse que no seu regresso à Palestina iria marcar uma data para a realização de legislativas na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, depois de mais de uma década em que só se realizaram eleições municipais e nem em todos os territórios palestinianos.

Os palestinianos escolheram os seus representantes legislativos pela última vez em 2006, devendo-se o adiamento das eleições sobretudo às divisões entre eles.

Separados geograficamente por Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza estão também divididos politicamente por anos de animosidade entre a Fatah laica, força dominante na Cisjordânia, e o Hamas islâmico, que dirige desde 2007 a Faixa de Gaza sob bloqueio de Israel.

O Hamas venceu em 2006 as legislativas, mas, considerado um movimento terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, só após expulsar a Fatah da Faixa de Gaza conseguiu assumir o poder no enclave em 2007.

Desde então, a Autoridade Palestiniana, entidade provisória de autogoverno e dominada pela Fatah, só exerce o seu poder sobre a Cisjordânia.

O mandato de Mahmud Abbas, 84 anos, também terminou em 2009, sem que se tenham realizado eleições presidenciais.

Uma sondagem recente do Centro Palestiniano de Investigação Política indicou que 61 por cento dos palestinianos quer que o presidente da Autoridade Palestiniana renuncie ao cargo e que cerca de 80 por cento está descontente com a gestão daquele órgão governamental.

De acordo com o mesmo inquérito de opinião, se fossem realizadas presidenciais nos territórios palestinianos, Abbas obteria 48 por cento dos votos e o líder do movimento radical Hamas, Ismail Haniyeh, ficaria ligeiramente atrás com 46 por cento.

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