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Há empresas a impor a mulheres regra de não engravidarem nos anos que se seguem

gravida 1 Algumas empresas estão a proibir as suas empregadas de engravidar, através da assinatura de declarações onde as mulheres assumem o compromisso de não o fazer. A denúncia é feita na Antena 1, por Joaquim Azevedo, professor da Universidade Católica, responsável pela comissão que vai apresentar um plano para promover a natalidade em Portugal.

Algumas empresas que não são identificadas mas que operam em Portugal estão a obrigar as suas funcionárias a rubricarem uma espécie de pacto de não-gravidez, onde as mulheres assumem que num período de cinco ou seis anos não terão filhos.

A denúncia é feita numa entrevista concedida à Antena 1 por Joaquim Azevedo, que lidera uma comissão que apresentará um plano para promover a natalidade em Portugal.

“É preciso criar condições aos empresários para que se consciencializem que isto é importante. E, sobretudo, para que os outros não coloquem obstáculos de monta, nomeadamente obrigando mulheres a assinar declarações de que não vão engravidar nos próximos cinco ou seis anos”, refere Joaquim Azevedo, naquela entrevista.

O responsável não diz quais são as empresas a adotarem estas práticas, mas garante que é uma realidade que acontece “em Portugal”. E que contribuirá certamente para as quebras de natalidade no País.

Portugal, o sexto país mais envelhecido do mundo e um dos países com menores taxas de natalidade na União Europeia, contabilizou menos 13 mil bebés, apenas nos últimos três anos, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). É uma quebra média de 4333 bebés por ano.

Estima-se que na segunda metade do século a população portuguesa seja reduzida a cerca de seis milhões de pessoas, ainda segundo o INE. Joaquim Azevedo realça que está a ser criado um país sem sustentabilidade.

“Nem é preciso piorarmos nenhum indicador. Basta continuar como temos agido até hoje. São projeções do INE, não são invenções. Estão a criar um país que não vai ter a mínima sustentabilidade dentro de 40, 50 anos”, avisa o professor da Universidade Católica, nesta entrevista à Antena 1.

A solução passa por uma opção do País, em assumir o compromisso de contrariar estes dados e “não mais tirasse o pé do acelerador durante 20 anos”.

Muitas mulheres optam por não engravidar por receio de perder o emprego. Outras são despedidas quando engravidam.

O plano para promover a natalidade em Portugal, que vai ser entregue dentro de dias, pretende combater esta realidade.

No entanto, as medidas que esse projeto prevê podem ser travadas por hábitos enraizados.

Hoje, reuniram os grupos de trabalho da Comissão Permanente de Concertação Social sobre Natalidade e Conciliação da Vida Profissional e Familiar.

O Governo está a tomar medidas de combate à quebra de natalidade, para que o Portugal envelhecido e sem futuro, onde as mulheres são proibidas pelas empresas de engravidar, altere a sua marcha.

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