Os longos ‘passeios’ do grifo-africano podem estar a contribuir para o desaparecimento da espécie. Esta espécie de abutre evita comer nos ‘restaurantes’ de alguns parques de vida selvagem e prefere a carne que encontra em zonas agrícolas, a qual está contaminada por medicamentos.
O grifo-africano, uma espécie de abutre, chega a fazer percursos de 220 quilómetros por dia. Esta distância, bem superior à que antes era estimada, faz com que as aves cruzem fronteiras nacionais e se afastem dos parques de vida selvagem dotados de ‘restaurantes’, locais dentro dos parques onde é deixada carne para os abutres se alimentarem e ficarem à vista dos turistas.
Um estudo recente, publicado na revista Plos One, veio demonstrar que o grifo-africano prefere alimentar-se em zonas agrícolas, afastando-se dos parques e ficando mais exposto a intoxicações.
Através de dispositivos de rastreamento colocados nas costas dos animais, os cientistas descobriram que o grupo em análise (seis exemplares de grifo-africano de costas brancas) foge dos ‘restaurantes’, onde teria de concorrer pela comida face a outros predadores (como o leão), e prefere procurar carne nas zonas agrícolas. Só que esta carniça, complementa a investigação, está intoxicada com medicamentos.