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Greve dos médicos paralisa Serviço Nacional de Saúde

hospital_santa_maria_lisboaÉ a maior paralisação de sempre, após mais de 20 anos, aquando o Governo que tinha Leonor Beleza como ministra da Saúde. Serão dois dias de greve, onde o setor médico apresenta duas dezenas de reivindicações. Quem sofrerá mais com esta paralisação serão os doentes que ficaram com consultas e operações adiadas, sendo estas cerca de 4000 intervenções cirúrgicas e 430 mil consultas.

Depois da paralisação dos enfermeiros, protestando pela alta redução de salários, é agora a vez dos médicos pararem por dois dias, exigindo por melhores condições de trabalho, com uma listagem de 20 reivindicações.

O acordo estabelecido entre o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) com o Ministério da Saúde evitou a greve do dia 1 de janeiro deste ano, mas a situação mantém-se e desta vez os médicos mostram-se irredutíveis, perante os argumentos da tutela, acusando esta de ter protelado uma solução negocial durante mais de seis meses.

O último apelo do ministro da Saúde, Paulo Macedo, foi recusado, quando este pediu aos representantes do setor uma reunião no passado fim de semana, sendo que os médicos trocaram a reunião proposta pelo ministro por um protesto na rua João Crisóstomo, em frente ao Ministério da Saúde.

A paralisação vai abranger todos os meios dependentes do Serviço Nacional de Saúde, mas com serviços mínimos garantidos nos hospitais, funcionando estes como se fosse um dia de domingo ou feriado.

As forças sindicais acusam o Governo de “múltiplas e graves medidas de restrição no acesso aos cuidados de saúde para um número crescente de cidadãos, colocando permanentes situações dramáticas aos vários setores de profissionais de saúde”. Os clínicos enfocam desta forma que a decisão de avançar para a paralisação foi tomada não só visando as regalias dos profissionais mas também em nome dos utentes do SNS e da “qualidade do exercício da profissão médica e da sua formação contínua”.

Visando os cuidados com os doentes mais debilitados e com doenças de risco, os sindicatos garantem um contingente de 3800 médicos para que fiquem garantidas urgências, prestação dos cuidados de quimioterapia e radioterapia, de diálise, serviços de imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue, recolha de órgãos e transplantes, cuidados paliativos em internamento, punção folicular em mulheres cujo procedimento de Procriação Medicamente Assistida (PMA) tenha sido admitido e decorra em estabelecimento do SNS e a dispensa de medicamentos de uso exclusivo hospitalar.

Pelas contas do governo, esta paralisação vai implicar a pendência de 4000 cirurgias e ainda 430 mil consultas médicas, previstas 100 mil nos hospitais e 330 mil nos centros de saúde.

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